quarta-feira, 20 de março de 2013

Pela janela do ônibus... A viagem para Vitória...

A imagem que ficou foi a dele, ali parado, fazendo o símbolo do coração com as duas mãos...
E eu, do lado de dentro, olhando pela janela do ônibus, com os olhos marejados e a saudade esfolando o coração...
Os dias seguiram e novamente outra imagem permaneceu fixada em minha mente: aquelas três pessoas abraçadas - por quem eu daria o mundo, a vida, por quem eu faria tudo!
E mais uma vez, ficou a dor da despedida, uma dor desmedida, descabida, desmerecida...
Durante a viagem, a imagem que eu via pela janela do ôninbus, não era a paisagem, nem tampouco a estrada. A imagem que eu via se distanciava a cada quilômetro percorrido, e então eu via, com os olhos da alma, o casamento de Vaninha, a formatura de Nelbinha, a volta para casa dos meus pais e irmão, sem minha presença e a inquietação do meu namorado, sendo bombardeado com minhas mensagens durante toda a trajetória...
Nunca uma viagem de 16 horas dentro de um ônibus demorou tanto para chegar ao seu destino. Eu fechava os olhos, na tentativa de dormir, mas eu me via na Vavá Lomanto, abraçando Carlinha, tantas vezes aquele lugar foi nosso ponto de bate-papo e naquela terça-feira, foi um "adeus", com ares de "até breve", com sabor de saudade, uma saudade grande que não coube no coração, vazou pelos olhos...
Mais um quilômetro rodado, o sono chegava, mas as imagens que eu via pela janela do ônibus não me deixavam dormir. Eu me lembrava de cada palavra dita, de cada abraço apertado, de cada lágrima jorrada, de cada beijo molhado. De repente, eu me vi, de novo ali, no ponto do Oásis, à minha frente estava Vinicius, naquele momento ele era tudo o que eu tinha, tudo o que eu queria, era tudo em minha vida! Foi um momento triste para nosso relacionamento - acontecia a tão evitada despedida - porém, foi um dia marcante: nunca uma frase de amor havia sido dita com tanto fervor...
Enfim, me rendi ao sono, os olhos fecharam, mas ainda assim continuei enxergando. Agora, com os ouvidos, e a imagem que ficou foi a voz embargada de Tassinha, no dia anterior. Pelo celular nos despedimos, nos agradecemos, nos emocionamos. O abraço apertado foi adiado para o nosso reencontro...
Quando o ônibus parou em Itabuna, lembrei que a última vez em que eu estive lá, foi para comparecer à formatura da minha ninha Edry. As lágrimas voltaram com toda a força, porque eu não poderia estar ali para comparecer ao casamento dela, que ocorreria em duas semanas...sendo que, por tantas vezes prometemos que seríamos madrinhas de casamento uma da outra, e eu, dessa vez, ou mais uma vez, falharia...
Então, meio que por coincidência, lembrei que no mês seguinte o meu melhor amigo, Ricky, também estará se casando, e eu, não dessa vez, não poderei ser sua madrinha. Quantas faltas mais eu cometeria?
Vitória chegou, mas meu coração estava em pedaços... o que me manteve firme foi a mensagem do meu irmão: "Minha nossa, é só ficar longe que logo eu penso em você". E só de lembrar que a última vez que fiz este percursso, ele estava comigo, as lágrias voltam incessantes...tanta falta ele me faz...
No final de tudo o que ficou foi a saudade... saudade dos meus amigos, minhas amigas, meu amor, meus pais, meu irmão, minha família, minha terra... saudade de mim!