É madrugada do dia 27 de novembro.
O ano é este lamurioso 2018.
A última vez em que estive aqui a minha vida estava nos eixos.
Tudo estava como devia estar...
Há 4 meses nada estava fora do lugar.
Na última vez em que parei para me dedicar para este espaço eu estava na estrada... na infinita highway... BR101.
Hoje está tudo do avesso. Não me reconheço.
Quem é essa louca que vejo refletindo no meu espelho?
O que ela faz aqui?
Olho ao meu redor e (trans)piro.
Nada por aqui faz sentido...
Aliás, nada em minha vida faz nenhum sentido já há algum tempo...
No início do mês passado Mozinho morreu, eu rompi um relacionamento de 7 longos anos e iniciei outro que já começou destinado a não dar certo... por amor às causas perdidas...
Meu gato morreu de velhice, mas ele só tinha 15 anos... queria que ele chegasse à marca de Romeu (o gato de Dorinha) que viveu 18 anos. E eu? Quanto ainda falta para deixar de existir? Mais 15 anos e serei uma senhora de 46 anos, e eu me pergunto aonde estarei? Se eu tiver morrido, não tenha dúvida: estarei ceando num banquete cujo cardápio será repleto de crustáceos de todos os tipos e tamanhos, na companhia nefasta do malígno tio Lú... eu não tenho salvação.
Há 4 meses minha vida estava em ordem, tudo alinhado, em perfeito estado de conservação.
Hoje está tudo em desalinho, em perfeito estado de putrefação.
Eu não tenho mesmo salvação.
E em 3 meses tudo pode entrar em erupção. Eu sou um vulcão em extinção. Um carnívoro perdendo a presa. Quando se trata de mim tudo se esvai. Eu não tenho como ter salvação. Então não me entenda, não me diga, não me siga, não se lembre de mim. Quem eu era há 4 meses já não está mais aqui e provavelmente quem eu serei daqui há 3 meses também já deverá partir.
É...
Eu não tenho salvação.
A vida está sendo e será bem melhor sem mim.
E eu... ora, eu vou vivendo assim, aqui e ali, entre o outrora e agora. Raspas e restos me interessam e se eu não tiver tudo também não quero nada. Vida que segue... e a saudade do meu felino está me ferindo tanto...
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Vamos brindar!
13 de julho de 2018... em 15 dias completo 31 anos de idade.
Não sei porque me apego tanto aos números se eu nem sei usá-los direito...
Mas parece que aquela história de que depois dos 30 a vida começa a pesar é verídica.
Eu sei que não há como comparar épocas históricas distintas. Só que é inevitável não fazer uma reflexão comparativa no momento em que lembro da minha mãe com a minha idade, eu tinha 8, meu irmão, 6... ela tinha (e ainda tem) um casamento feliz, uma casa (oh saudade de casa), carro (embora ela não o dirigia mesmo tendo carteira de motorista, o que sempre me incomodou, mas ela nunca demonstrou se importar com isso, pelo contrário) e emprego fixo (tanto que até hoje está trabalhando com a mesma dedicação e afinco de sempre).
Mas e eu? O que eu tenho?
É mais fácil apontar o que eu não tenho. Porque tenho bastante nãos: não tenho filhos (nem os terei), não sou casada (talvez nunca serei), não tenho casa (e estou bem longe de ter), não tenho carro ( nem a habilitação tirei ainda)... me sobrou o emprego fixo, que não é tão fixo assim, uma vez que numa instituição privada a qualquer momento posso ser desvinculada do quadro de empregados da empresa.
Não sei porque essas coisas ficam rondando meus pensamentos, tenho uma coisa que é impagável: liberdade. Posso dormir às 3h e acordar às 13h, ninguém vai passar fome por minha causa, ninguém vai se preocupar. Sou livre, não completamente mas o suficiente para ser minha dona e responsável unicamente de mim mesma... e eu dou conta do recado, esse semestre foi prova disso: trabalhei muito, tirei tempo para ir para a academia, melhorei minha alimentação (ainda falta muito para a excelência, eu sei, mas a gula é meu pecado favorito depois da preguiça, ou seria o contrário?), fiz novos amigos, passei tempo com os velhos e bons amigos, viajei em todos os feriados para estar perto dos meus amores e ainda tentei concurso público porque em algum momento eu serei funcionária pública. Mas enquanto isso eu faço o melhor possível para contribuir com a formação acadêmica e humana dos meus alunos na instituição privada a qual sou grata pela confiança e oportunidade.
Mas, ainda assim, mesmo desfrutando da liberdade de dormir e acordar sem preocupações com o bem estar de outro ser humano além de mim, parece que a vida é vazia. Afinal, qual o sentido de trabalhar para pagar boletos e faturas que se multiplicam e se repetem mensalmente?
Eu terei 31 anos de idade em 15 dias. E não sou nada. Nem tenho pretensão de ser diferente do que sou agora. Não sou mãe de ninguém, nem esposa, nem dona de imóvel... e pra ser sincera, às vezes não é tão ruim como está parecendo agora. Pelo contrário, de vez em quando é bem bom, melhor do que eu poderia prever, inclusive. E é muito, muito mais do que mereço.
Então que esses 15 dias à espera dos 31 sejam bastantes aproveitados, porque embora eu não mereça todas essas dádivas que são os meus “Nãos” sou muito grata por cada um deles. E vou aproveitá-los até a última gota. Porque se a tal da morte vier ela só vai levar a mim... tudo o mais permanecerá exatamente do jeito que está. E isso é fascinante: posso viver tranquila porque nada me prende, ninguém depende de mim e eu sou tão livre que dá vontade de dançar mesmo que não tenha música, dá vontade de ficar horas seguidas lendo um livro, dá vontade de passar o final de semana todo vendo filme, comendo guloseimas e ir dormir tarde após maratonar Grey’s Anatomy (agora só falta a 13 temporada, finalmente!). Então, Não. Eu realmente não tenho do que reclamar! Tenho mais é que agradecer mesmo. E agradecer muito.
E já que é pra agradecer vamos fazer um brinde à essa vida!
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Envelheci 10 anos ou mais neste último mês
O quinto mês do ano se findou.
Com ele foi embora essa irritante esperança que insiste em me acompanhar dia após dia.
A greve dos caminhoneiros, apesar de justa e válida, trouxe à tona a clemência por parte da população brasileira pela intervenção militar, colocando em cheque minhas perspectivas de dias melhores, aumentando minha desconfiança em relação às eleições presidenciais deste ano. Não quero estar aqui se Bolsonazi for eleito. Ou se essa tal intervenção militar vingar.
A copa do mundo na Rússia está prestes a começar e acho que será a primeira copa do mundo de futebol em que não pretendo usar a camisa da seleção brasileira. Estou realmente com vergonha. Não apenas pelos intragáveis e indigestos 7 x 1 da Alemanha em 2014, na nossa casa. Mas principalmente porque estou rodeada de brasileiros que desconhecem sua própria história. E eu me sinto um pouco responsável por isso... porque eu poderia ter contribuído para que mais pessoas fossem esclarecidas sobre o passado do Brasil, a fim de que jamais ele volte a se repetir. Mas como diria o Gessinger: “a história se repete, mas a força deixa a história mal contada”.
Durante toda a minha trajetória pela escolarização básica as disciplinas de história e redação eram as minhas matérias preferidas. Geografia entrou pro time logo que deixei o ensino fundamental dois. Educação Física, por incrível que pareça, nunca compôs esse rol.
Então me questiono o porquê de eu não ter seguido a carreira de professora de História? Já que esta era a minha queridinha na escola... simples: tenho um irmão que me salvou de passar raiva e desgosto ao ter que lidar com seres humanos que acham que estudar o comunismo é doutrinação marxista ou que acreditam que a Ditadura militar no Brasil foi um tempo próspero e incorruptível. Não sei se choro, se rio ou se sinto pena!
Se eu seguisse por esse caminho dos dois um: ou eu morreria cedo de desgosto ou eu morreria cedo de vergonha alheia. Não teria escapatória senão a vontade de morrer. Por falar nisso, ainda ontem pensei nisso. Não tô falando de suicídio, embora tenha pensado nessa possibilidade inúmeras vezes durante a adolescência, quando julgava erroneamente que minha vida se resumia a passar no vestibular de Direito de uma Universidade pública porque se não conseguisse seria uma pessoa fracassada e desmerecedora da admiração dos meus pais. Depois que compreendi a imensidão da vida para além das regras pré-estabelecidas pela sociedade, percebi quão tola e manipulada eu fui.
Mas enfim, o que será que é morrer? Só deixar de existir ou deixar de contribuir com o mundo? Ou ambos? Ou nenhum desses? Quantas pessoas morreram por causa do regime militar brasileiro? Pra que? Por que? Será que elas continuam existindo e contribuindo para o mundo? E nisso me perco em divagações... São 1:26h do dia 30 de maio de 2018. Estou absolutamente cansada de ser brasileira. Tem como trocar de nacionalidade? Tem como trocar de coração? Tem como sentir menos vergonha? Se você souber o que fazer pra diminuir essa sensação de inutilidade e de incompetência diante da realidade do país, por favor, me avisa! Me dê uma dica. Minha foice e meu martelo estão enferrujando e a desesperança começa a me abater. Tô entregando os pontos e agradecendo por ter seguido a carreira na Educação Física. Seria muito frustrada como professora de História. Que os profissionais desta área se mantenham intactos e jamais leiam esse texto. É só o que eu quero pra agora: que eles se mantenham firmes. E que o sono me acolha e me faça esquecer destes dias sombrios e daqueles que estão por vir. Porque no Brasil é assim: tudo o que é ruim sempre pode piorar. Venho constatando isso desde 2016. E estou torcendo para que eu deixe de estar certa. Cansei de falar “Eu disse”. Quero acordar amanhã e constatar que essas preocupações serviram apenas pra me envelhecer. Porque no fundo é isso: a gente só quer envelhecer e morrer com a consciência tranquila de que fez o melhor que pôde.
Com ele foi embora essa irritante esperança que insiste em me acompanhar dia após dia.
A greve dos caminhoneiros, apesar de justa e válida, trouxe à tona a clemência por parte da população brasileira pela intervenção militar, colocando em cheque minhas perspectivas de dias melhores, aumentando minha desconfiança em relação às eleições presidenciais deste ano. Não quero estar aqui se Bolsonazi for eleito. Ou se essa tal intervenção militar vingar.
A copa do mundo na Rússia está prestes a começar e acho que será a primeira copa do mundo de futebol em que não pretendo usar a camisa da seleção brasileira. Estou realmente com vergonha. Não apenas pelos intragáveis e indigestos 7 x 1 da Alemanha em 2014, na nossa casa. Mas principalmente porque estou rodeada de brasileiros que desconhecem sua própria história. E eu me sinto um pouco responsável por isso... porque eu poderia ter contribuído para que mais pessoas fossem esclarecidas sobre o passado do Brasil, a fim de que jamais ele volte a se repetir. Mas como diria o Gessinger: “a história se repete, mas a força deixa a história mal contada”.
Durante toda a minha trajetória pela escolarização básica as disciplinas de história e redação eram as minhas matérias preferidas. Geografia entrou pro time logo que deixei o ensino fundamental dois. Educação Física, por incrível que pareça, nunca compôs esse rol.
Então me questiono o porquê de eu não ter seguido a carreira de professora de História? Já que esta era a minha queridinha na escola... simples: tenho um irmão que me salvou de passar raiva e desgosto ao ter que lidar com seres humanos que acham que estudar o comunismo é doutrinação marxista ou que acreditam que a Ditadura militar no Brasil foi um tempo próspero e incorruptível. Não sei se choro, se rio ou se sinto pena!
Se eu seguisse por esse caminho dos dois um: ou eu morreria cedo de desgosto ou eu morreria cedo de vergonha alheia. Não teria escapatória senão a vontade de morrer. Por falar nisso, ainda ontem pensei nisso. Não tô falando de suicídio, embora tenha pensado nessa possibilidade inúmeras vezes durante a adolescência, quando julgava erroneamente que minha vida se resumia a passar no vestibular de Direito de uma Universidade pública porque se não conseguisse seria uma pessoa fracassada e desmerecedora da admiração dos meus pais. Depois que compreendi a imensidão da vida para além das regras pré-estabelecidas pela sociedade, percebi quão tola e manipulada eu fui.
Mas enfim, o que será que é morrer? Só deixar de existir ou deixar de contribuir com o mundo? Ou ambos? Ou nenhum desses? Quantas pessoas morreram por causa do regime militar brasileiro? Pra que? Por que? Será que elas continuam existindo e contribuindo para o mundo? E nisso me perco em divagações... São 1:26h do dia 30 de maio de 2018. Estou absolutamente cansada de ser brasileira. Tem como trocar de nacionalidade? Tem como trocar de coração? Tem como sentir menos vergonha? Se você souber o que fazer pra diminuir essa sensação de inutilidade e de incompetência diante da realidade do país, por favor, me avisa! Me dê uma dica. Minha foice e meu martelo estão enferrujando e a desesperança começa a me abater. Tô entregando os pontos e agradecendo por ter seguido a carreira na Educação Física. Seria muito frustrada como professora de História. Que os profissionais desta área se mantenham intactos e jamais leiam esse texto. É só o que eu quero pra agora: que eles se mantenham firmes. E que o sono me acolha e me faça esquecer destes dias sombrios e daqueles que estão por vir. Porque no Brasil é assim: tudo o que é ruim sempre pode piorar. Venho constatando isso desde 2016. E estou torcendo para que eu deixe de estar certa. Cansei de falar “Eu disse”. Quero acordar amanhã e constatar que essas preocupações serviram apenas pra me envelhecer. Porque no fundo é isso: a gente só quer envelhecer e morrer com a consciência tranquila de que fez o melhor que pôde.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
De lá pra cá
Dois meses se passaram.
E a cada ida e volta do percurso Vitória -Manhuaçu submergiram tantos textos... todos ficaram aqui dentro, na minha mente... e eu tinha tanta coisa pra contar, tanta coisa pra extravasar, tanta coisa pra vomitar...(Tudo é igual quando se pensa
Eu tinha elaborado um texto pra externar a saudade do meu irmão, comparando com a sensação que tive quando aos 17 anos tive que ir morar em outra cidade e o quanto isso acabou me matando de saudade... em 2005 meu irmão estava descobrindo as maravilhas e dissabores da adolescência e eu não estava do lado dele pra acompanhá-lo. Foi assim até 2008 quando ficamos juntos novamente, mas todo mundo acha que a gente sempre morou junto... e pensando melhor, acho que estão certos: moramos no coração um do outro, impossível estar mais junto que isso. Mas faz falta... a risada, as brincadeiras, a preocupação, o cuidado... as séries que assistimos juntos (How I Met Your Mother, Altered Carbon, Friends, Chaves, Chapolim), os desenhos (O fantástico mundo de Bob, Pica Pau, Tom e Jerry), filmes (Velozes e furiosos, Guardiões da Galáxia e aquelas comédias românticas que ele escolhia e eu adorava criticar dizendo que era clichê, mas na verdade eu me divertia) e, claro, nosso anime favorito desde a infância (Cavaleiros do zodíaco).
Faz falta também aquela amizade de quem te escreveu cartas, fez desenhos e orações, de quem te abraçava toda vez que te encontrava e que sem mais nem menos, sem apresentar nenhum motivo, se afastou, te ignorou, te anulou e sequer te cumprimenta mais, nem por educação. Como entender? Como acreditar de novo em novas amizades?
Ora, seguindo... quem suporta a saudade do irmão que está em outro estado, dos pais e do namorado que moram num outro estado, dos amigos que moram longe, então se pode suportar qualquer coisa, concorda?
E o fato de não ter sido aprovada nos concursos públicos ainda é a mostra de que é preciso nos fortalecer, amadurecer ainda mais, endurecer se for necessário, mas jamais deixar de acreditar na possibilidade das novas amizades, das novas histórias e fotografias a serem compartilhadas e a minha turma do primeiro período de Educação Física tem sido uma dádiva nesse sentido.
Portanto, mesmo com as perdas, com as lutas e as dificuldades de suportar tudo o que acontece na vida, a gente vai resistindo, tentando manter a sanidade apesar da loucura que é este mundo.
Então a gente vai seguindo, sorrindo, torcendo por dias melhores, agradecendo pelas boas pessoas que aparecem em nosso caminho e pelas que se retiraram também. As pessoas devem ser livres para ir e vir como eu tenho feito nessa jornada. No fim das contas o itinerário Manhuaçu-Vitória que realizo desde 2016 não é tão longo assim... Profunda mesmo é a capacidade que tenho desenvolvido de seguir mesmo com e apesar de todas as adversidades... e não apenas seguir, mas seguir sorrindo, vibrando amor e paz. Agora é hora de dormir que amanhã tem dois boletos para pagar, tem prova para elaborar, tem aula pra planejar e uma sombrinha pra comprar.
E a cada ida e volta do percurso Vitória -Manhuaçu submergiram tantos textos... todos ficaram aqui dentro, na minha mente... e eu tinha tanta coisa pra contar, tanta coisa pra extravasar, tanta coisa pra vomitar...(Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo deveria ser, há tão pouca diferença e há tanta coisa a fazer), mas ficou retido, preso e condenado a me ferir todas as vezes em que antes de dormir passei horas pensando neles e ao acordar no outro dia ao invés de materializá-los o que se encontrava era apenas o check-list dos afazeres diários... os textos, que outrora se resguardavam na minha memória se transformam agora em no que preciso comprar no supermercado e na avaliação dos trabalhos acadêmicos dos meus alunos.
Sempre me orgulhei da minha ótima memória (herança do meu avô materno), porém tenho a impressão de que depois dos 30 ela tem começado a falhar. Cadê meus textos que estavam aqui ainda ontem?Eu tinha elaborado um texto pra externar a saudade do meu irmão, comparando com a sensação que tive quando aos 17 anos tive que ir morar em outra cidade e o quanto isso acabou me matando de saudade... em 2005 meu irmão estava descobrindo as maravilhas e dissabores da adolescência e eu não estava do lado dele pra acompanhá-lo. Foi assim até 2008 quando ficamos juntos novamente, mas todo mundo acha que a gente sempre morou junto... e pensando melhor, acho que estão certos: moramos no coração um do outro, impossível estar mais junto que isso. Mas faz falta... a risada, as brincadeiras, a preocupação, o cuidado... as séries que assistimos juntos (How I Met Your Mother, Altered Carbon, Friends, Chaves, Chapolim), os desenhos (O fantástico mundo de Bob, Pica Pau, Tom e Jerry), filmes (Velozes e furiosos, Guardiões da Galáxia e aquelas comédias românticas que ele escolhia e eu adorava criticar dizendo que era clichê, mas na verdade eu me divertia) e, claro, nosso anime favorito desde a infância (Cavaleiros do zodíaco).
Faz falta também aquela amizade de quem te escreveu cartas, fez desenhos e orações, de quem te abraçava toda vez que te encontrava e que sem mais nem menos, sem apresentar nenhum motivo, se afastou, te ignorou, te anulou e sequer te cumprimenta mais, nem por educação. Como entender? Como acreditar de novo em novas amizades?
Ora, seguindo... quem suporta a saudade do irmão que está em outro estado, dos pais e do namorado que moram num outro estado, dos amigos que moram longe, então se pode suportar qualquer coisa, concorda?
E o fato de não ter sido aprovada nos concursos públicos ainda é a mostra de que é preciso nos fortalecer, amadurecer ainda mais, endurecer se for necessário, mas jamais deixar de acreditar na possibilidade das novas amizades, das novas histórias e fotografias a serem compartilhadas e a minha turma do primeiro período de Educação Física tem sido uma dádiva nesse sentido.
Portanto, mesmo com as perdas, com as lutas e as dificuldades de suportar tudo o que acontece na vida, a gente vai resistindo, tentando manter a sanidade apesar da loucura que é este mundo.
Então a gente vai seguindo, sorrindo, torcendo por dias melhores, agradecendo pelas boas pessoas que aparecem em nosso caminho e pelas que se retiraram também. As pessoas devem ser livres para ir e vir como eu tenho feito nessa jornada. No fim das contas o itinerário Manhuaçu-Vitória que realizo desde 2016 não é tão longo assim... Profunda mesmo é a capacidade que tenho desenvolvido de seguir mesmo com e apesar de todas as adversidades... e não apenas seguir, mas seguir sorrindo, vibrando amor e paz. Agora é hora de dormir que amanhã tem dois boletos para pagar, tem prova para elaborar, tem aula pra planejar e uma sombrinha pra comprar.
quinta-feira, 15 de março de 2018
o primeiro de 2018
Está cada vez mais difícil encontrar tempo para escrever nesse espaço.
É impressionante como o cotidiano nos engole, nos absorve, nos consome, nos retorce e nos molda conforme seus próprios interesses.
Chega uma hora que a gente se dá conta de que está fazendo as coisas no modo automático: não há mais reflexão sobre o que acontece ao nosso redor... ontem o físico britânico Stephen Hawking (cuja história de vida é retratada naquele filme encantador, A teoria de tudo - e que eu ainda pretendo ler o livro) morreu deixando um legado de inteligência e superação brilhantes para a humanidade. Nesta madrugada, a vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, foi brutalmente assassinada, com motivos políticos intrínsecos nessa conjuntura que nos faz perceber que a ditadura militar deixou muitos vestígios até hoje (e tem gente que ainda conclama pela intervenção militar! Oh céus!). Enquanto isso, professores em São Paulo são violentados por protestarem pelos seus direitos recebendo como cortesia do governo de direita aquelas velhas pauladas da PM, a mesma que se pudesse serviria cafezinho aos juízes federais que se mobilizam hoje a favor da manutenção dos seus privilégios como o auxílio moradia mesmo que eles já tenham residências nos locais mais nobres da elite brasileira.
Mas a gente segue mesmo com todo este caos, a gente vai vivendo com pesar, continua a rotina mesmo com ânsia de vômito ao se deparar com tantas atrocidades, a gente segue apresentando enxaquecas intermináveis e dores que não cessam porque de tanto se repetirem a gente se acostuma... não somos mais autônomos. Estamos autômatos.
Então, o meu primeiro texto de 2018 para o blog não é um "#TBT" da viagem para Natal com meu amor em janeiro.
Não é uma recapitulação do mês de fevereiro pra registrar que estou amando trabalhar com as turmas do primeiro período.
Não é uma ode aos 6 livros lidos até o momento (já parti para o sétimo e quero superar minha marca de 28 por ano).
Não é uma homenagem ao meu irmão que tomou posse hoje do seu cargo público, tornando-se, aos 28 anos, professor de Educação Física da Universidade Federal do Tocantins.
Enfim, meu primeiro texto de 2018 para este espaço é um choque para mim mesma.
É uma lástima.
É um lamento.
É só isso aqui mesmo: sem foto ilustrativa, sem grandes perspectivas.
Nada mais... nada além... nada do que deveria ser..
"Nada a ver, nada a perder...
Nada a fazer, nada não".
Nada a (T)emer!
É impressionante como o cotidiano nos engole, nos absorve, nos consome, nos retorce e nos molda conforme seus próprios interesses.
Chega uma hora que a gente se dá conta de que está fazendo as coisas no modo automático: não há mais reflexão sobre o que acontece ao nosso redor... ontem o físico britânico Stephen Hawking (cuja história de vida é retratada naquele filme encantador, A teoria de tudo - e que eu ainda pretendo ler o livro) morreu deixando um legado de inteligência e superação brilhantes para a humanidade. Nesta madrugada, a vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, foi brutalmente assassinada, com motivos políticos intrínsecos nessa conjuntura que nos faz perceber que a ditadura militar deixou muitos vestígios até hoje (e tem gente que ainda conclama pela intervenção militar! Oh céus!). Enquanto isso, professores em São Paulo são violentados por protestarem pelos seus direitos recebendo como cortesia do governo de direita aquelas velhas pauladas da PM, a mesma que se pudesse serviria cafezinho aos juízes federais que se mobilizam hoje a favor da manutenção dos seus privilégios como o auxílio moradia mesmo que eles já tenham residências nos locais mais nobres da elite brasileira.
Mas a gente segue mesmo com todo este caos, a gente vai vivendo com pesar, continua a rotina mesmo com ânsia de vômito ao se deparar com tantas atrocidades, a gente segue apresentando enxaquecas intermináveis e dores que não cessam porque de tanto se repetirem a gente se acostuma... não somos mais autônomos. Estamos autômatos.
Então, o meu primeiro texto de 2018 para o blog não é um "#TBT" da viagem para Natal com meu amor em janeiro.
Não é uma recapitulação do mês de fevereiro pra registrar que estou amando trabalhar com as turmas do primeiro período.
Não é uma ode aos 6 livros lidos até o momento (já parti para o sétimo e quero superar minha marca de 28 por ano).
Não é uma homenagem ao meu irmão que tomou posse hoje do seu cargo público, tornando-se, aos 28 anos, professor de Educação Física da Universidade Federal do Tocantins.
Enfim, meu primeiro texto de 2018 para este espaço é um choque para mim mesma.
É uma lástima.
É um lamento.
É só isso aqui mesmo: sem foto ilustrativa, sem grandes perspectivas.
Nada mais... nada além... nada do que deveria ser..
"Nada a ver, nada a perder...
Nada a fazer, nada não".
Nada a (T)emer!
domingo, 31 de dezembro de 2017
Retrospectiva 2017
Último dia do ano.
Último domingo de 2017.
São quase 5 da tarde.
E estou pensando em tudo o que passou neste ano que termina em aproximadamente 7 horas...
Em janeiro, curti o Morro de São Paulo ao lado do meu irmão, primas, primos, tias e novas amizades. Fiz um esporte de aventura pela primeira vez na vida: tirolesa, que foi a porta de entrada para o rapel. Ainda no primeiro mês de 2017 fui com minha família para Aparecida e Campos do Jordão em São Paulo, depois fizemos um tour por Minas Gerais, onde conhecemos: São João Del Rei, Tiradentes, Mariana, Ouro Preto e a capital Belo Horizonte.
Em fevereiro fui em Ipatinga-MG para assistir ao filme Cinquenta tons mais escuros, ao lado da pessoa que me emprestou os livros dessa franquia: a minha pessoa! Depois disso teve aniversário de 2 anos do meu sobrinho, que apesar de não ser de sangue, é de alma e coração. Antes do Carnaval perdi meu celular no ônibus em um dos infindáveis trajeto que eu fiz entre Vitória-Manhuaçu e um anjo o devolveu pra mim, mostrando que eu poderia continuar acreditando na humanidade. Só estou usando o aparelho neste exato momento porque ela fez o que era correto num mundo onde quase ninguém o faria.
Passei o feriado do Carnaval com meus pais na roça e com meu Bunito em Jequié - cidade que me remete às melhores lembranças que tive na vida.
Nos meses seguintes trabalhei muito: foram 7 grupos de orientação de TCC, mais 3 disciplinas e foi uma loucura. Mesmo assim, em meio a esse turbilhão de atividades, consegui passar a semana Santa com meus pais na cidade onde nasci e pra onde eu sempre retorno porque é lá onde está o meu lar. Então, tive a oportunidade de conhecer as gêmeas da minha melhor amiga desde que me entendo por gente... segurá-las no colo com apenas um mês de nascidas foi extraordinário e emocionante pra mim...
Em Maio, eu e meu irmão realizamos a "Operação Padrinhos do Noivo" e pela primeira vez fomos padrinhos de casamento juntos e o mais incrível é que foi surpresa para a noiva. Foi muito romântico e emocionante.
Em junho fui ao show do Humberto Gessinger com um casal de amigos mineiros e maneiros. E a saudade do meu amor só fez se alimentar e aumentar... Mas em julho matamos a saudade, no início do mês, curtindo o sobrinho dele e no final do mês quando completei os tão esperados 30 na cidade de Irecê-BA, ao lado do meu Bunito! Ainda no sétimo mês do ano, fui convidada para ser a paraninfa da minha primeira turma do ensino superior e foi marcante pra mim. Marcante e emocionante também foi ter conhecido, com um mês de nascida, a filha de uma das minhas melhores amigas da época da faculdade. Neste mesmo mês, minha família Lopes teve a formatura da primeira engenheira e eu estive lá vibrando e comemorando essa conquista da minha prima, a única que tem um tamanho parecido com o meu, apesar de eu continuar sendo a menorzinha da família! Haha
No segundo semestre de 2017, já com 30 no couro, rsrs, tive mais trabalho: supervisão de estágio, mais 5 disciplinas, sendo 2 delas no Bacharelado e dessa vez ministrei aula de uma disciplina que nunca tinha ensinado antes na Licenciatura, então voltei a estudar todos os textos que vi na época da graduação e claro, tive que me atualizar... para tanto, foi providencial participar do XX Conbrace, onde reencontrei o professor que ministrou aula da disciplina que estava sendo um desafio pra mim. Que alegria encontrá-lo e trocar ideias sobre a disciplina em questão e sobre a vida como um todo. Outra coisa interessante sobre esse congresso é que fui com meu irmão e meu ex aluno que apresentou trabalho fruto do TCC que eu o ajudei a orientar. Um orgulho imensurável dele. Mais uma coisa bacana: tive a oportunidade de conhecer Goiânia e Brasília e me encantei tanto pela capital goiana quanto pela capital do meu país.
Em Outubro passei mais uma semana na Bahia, me dividindo entre Gandu, pra ficar com meus pais e em Jequié, para ficar com meu Bunito. Foi muito legal rever amigos de longas datas, meu primeiro aluno de natação e fazer novos amigos. No final do mês eu e meu irmão fomos para o Tocantins fazer um concurso em Tocantinópolis e foi uma experiência incrível. Amei conhecer a capital do primeiro estado do Norte que tive oportunidade e assim, completei o nível: conhecer pelo menos 1 estado de cada região do Brasil. A próxima meta é conhecer todos os estados, faltam então: PR, MS, MT, RN, PI, AM, PA, AC, RO, RR e AP.
No mês seguinte fui com minha pessoa pela primeira vez em Guarapari- ES e deu pra entender porque este é o lugar queridinho do Espírito Santo e de Minas Gerais. Neste mês eu e meu irmão voltamos a Tocantinópolis para fazer a segunda etapa do concurso e ele ficou em segundo lugar e eu em terceiro. Mas, certamente aprendemos muito mais do que imaginávamos independente da colocação que ficamos. Agora é focar nos próximos concursos.
Pra finalizar o ano, passei o Natal com minha família na Bahia, e fazendo um balanço do ano que passou fico pensando nos 27 livros que li, o 28° comecei ontem... Penso também em todas as viagens realizadas ao longo do ano, nos amigos que encontrei, nos amigos que queria encontrar mas não tive oportunidade, nos textos que fiz e os que eu queria ter feito mas não tive tempo... fico aqui pensando no tanto de desafio que surgiu neste ano que está se finalizando e que mesmo assim, foi tudo o que eu vivi ao longo de 2017 que me fez chegar até aqui.
Para este momento só há uma palavra que seja capaz de resumir o que estou sentindo agora: gratidão.
Último domingo de 2017.
São quase 5 da tarde.
E estou pensando em tudo o que passou neste ano que termina em aproximadamente 7 horas...
Em janeiro, curti o Morro de São Paulo ao lado do meu irmão, primas, primos, tias e novas amizades. Fiz um esporte de aventura pela primeira vez na vida: tirolesa, que foi a porta de entrada para o rapel. Ainda no primeiro mês de 2017 fui com minha família para Aparecida e Campos do Jordão em São Paulo, depois fizemos um tour por Minas Gerais, onde conhecemos: São João Del Rei, Tiradentes, Mariana, Ouro Preto e a capital Belo Horizonte.
Em fevereiro fui em Ipatinga-MG para assistir ao filme Cinquenta tons mais escuros, ao lado da pessoa que me emprestou os livros dessa franquia: a minha pessoa! Depois disso teve aniversário de 2 anos do meu sobrinho, que apesar de não ser de sangue, é de alma e coração. Antes do Carnaval perdi meu celular no ônibus em um dos infindáveis trajeto que eu fiz entre Vitória-Manhuaçu e um anjo o devolveu pra mim, mostrando que eu poderia continuar acreditando na humanidade. Só estou usando o aparelho neste exato momento porque ela fez o que era correto num mundo onde quase ninguém o faria.
Passei o feriado do Carnaval com meus pais na roça e com meu Bunito em Jequié - cidade que me remete às melhores lembranças que tive na vida.
Nos meses seguintes trabalhei muito: foram 7 grupos de orientação de TCC, mais 3 disciplinas e foi uma loucura. Mesmo assim, em meio a esse turbilhão de atividades, consegui passar a semana Santa com meus pais na cidade onde nasci e pra onde eu sempre retorno porque é lá onde está o meu lar. Então, tive a oportunidade de conhecer as gêmeas da minha melhor amiga desde que me entendo por gente... segurá-las no colo com apenas um mês de nascidas foi extraordinário e emocionante pra mim...
Em Maio, eu e meu irmão realizamos a "Operação Padrinhos do Noivo" e pela primeira vez fomos padrinhos de casamento juntos e o mais incrível é que foi surpresa para a noiva. Foi muito romântico e emocionante.
Em junho fui ao show do Humberto Gessinger com um casal de amigos mineiros e maneiros. E a saudade do meu amor só fez se alimentar e aumentar... Mas em julho matamos a saudade, no início do mês, curtindo o sobrinho dele e no final do mês quando completei os tão esperados 30 na cidade de Irecê-BA, ao lado do meu Bunito! Ainda no sétimo mês do ano, fui convidada para ser a paraninfa da minha primeira turma do ensino superior e foi marcante pra mim. Marcante e emocionante também foi ter conhecido, com um mês de nascida, a filha de uma das minhas melhores amigas da época da faculdade. Neste mesmo mês, minha família Lopes teve a formatura da primeira engenheira e eu estive lá vibrando e comemorando essa conquista da minha prima, a única que tem um tamanho parecido com o meu, apesar de eu continuar sendo a menorzinha da família! Haha
No segundo semestre de 2017, já com 30 no couro, rsrs, tive mais trabalho: supervisão de estágio, mais 5 disciplinas, sendo 2 delas no Bacharelado e dessa vez ministrei aula de uma disciplina que nunca tinha ensinado antes na Licenciatura, então voltei a estudar todos os textos que vi na época da graduação e claro, tive que me atualizar... para tanto, foi providencial participar do XX Conbrace, onde reencontrei o professor que ministrou aula da disciplina que estava sendo um desafio pra mim. Que alegria encontrá-lo e trocar ideias sobre a disciplina em questão e sobre a vida como um todo. Outra coisa interessante sobre esse congresso é que fui com meu irmão e meu ex aluno que apresentou trabalho fruto do TCC que eu o ajudei a orientar. Um orgulho imensurável dele. Mais uma coisa bacana: tive a oportunidade de conhecer Goiânia e Brasília e me encantei tanto pela capital goiana quanto pela capital do meu país.
Em Outubro passei mais uma semana na Bahia, me dividindo entre Gandu, pra ficar com meus pais e em Jequié, para ficar com meu Bunito. Foi muito legal rever amigos de longas datas, meu primeiro aluno de natação e fazer novos amigos. No final do mês eu e meu irmão fomos para o Tocantins fazer um concurso em Tocantinópolis e foi uma experiência incrível. Amei conhecer a capital do primeiro estado do Norte que tive oportunidade e assim, completei o nível: conhecer pelo menos 1 estado de cada região do Brasil. A próxima meta é conhecer todos os estados, faltam então: PR, MS, MT, RN, PI, AM, PA, AC, RO, RR e AP.
No mês seguinte fui com minha pessoa pela primeira vez em Guarapari- ES e deu pra entender porque este é o lugar queridinho do Espírito Santo e de Minas Gerais. Neste mês eu e meu irmão voltamos a Tocantinópolis para fazer a segunda etapa do concurso e ele ficou em segundo lugar e eu em terceiro. Mas, certamente aprendemos muito mais do que imaginávamos independente da colocação que ficamos. Agora é focar nos próximos concursos.
Pra finalizar o ano, passei o Natal com minha família na Bahia, e fazendo um balanço do ano que passou fico pensando nos 27 livros que li, o 28° comecei ontem... Penso também em todas as viagens realizadas ao longo do ano, nos amigos que encontrei, nos amigos que queria encontrar mas não tive oportunidade, nos textos que fiz e os que eu queria ter feito mas não tive tempo... fico aqui pensando no tanto de desafio que surgiu neste ano que está se finalizando e que mesmo assim, foi tudo o que eu vivi ao longo de 2017 que me fez chegar até aqui.
Para este momento só há uma palavra que seja capaz de resumir o que estou sentindo agora: gratidão.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Escrever x Ensinar
Fui a uma palestra do professor Newton Duarte há uns dois anos quando o mesmo esteve na UFES para falar sobre a precarização do trabalho do professor. Tema bastante pertinente pra mim, que fiz a dissertação também sob este parâmetro. Recentemente, enquanto organizava meus documentos, livros e rabiscos, encontrei um registro feito à caneta esferográfica azul, com minha letra miúda e desajustada e era justamente a respeito dessa palestra. Esqueci de colocar a data, então estou refém da minha memória... acredito que tenha sido no ano de 2015 ou início de 2016...
Fiquei pensando, analisando a leitura e me recordando das palavras que o professor Newton Duarte usou naquela manhã em uma palestra que eu ficaria horas, dias...
Tem coisas que acontecem e a gente mal percebe, quase nunca se dá conta de fato, mas são essas que nos enriquecerem na nossa ínfima condição de ser humano. Lembro que o professor palestrante falou sobre um monte de coisas que eu já sabia, outras que eu nem lembrava mais que sabia e mais algumas que me despertaram para coisas que não havia pensado ainda. Uma dessas me marcou profundamente e me fez pensar e analisar o andamento da minha vida...
Me recordo do professor Newton Duarte dizendo "na sociedade capitalista você trabalha pela sobrevivência, pela necessidade de adquirir o dinheiro que garante a sua subsistência. Na sociedade comunista você trabalha pela necessidade de de fazer aquilo que você precisa para atingir a sua plenitude enquanto ser humano". Essa foi uma das falas que estavam registrada no esboço que escrevi no dia da palestra. E então, associei com alguns trechos de um livro que li recentemente do professor Mario Sérgio Cortella (Por que fazemos o que fazemos?), em algumas passagens do livro me delonguei um pouco mais, uma delas foi: "Temos de trabalhar! podemos fazê-lo para mera obtenção da sobrevivência ou também como um modo de marcar nossa presença no mundo". Que no final das contas se assemelha muito com a frase do Newton Duarte apesar de não deixar escancarado para o leitor a questão da luta de classes.
Então fico pensando... se eu não fosse professora, o que seria? o que me faz ter necessidade de me fazer atingir a minha plenitude como ser humano? será que apenas existo ou deixo a marca da minha presença no mundo?
Sim, eu amo a minha profissão. Sim, eu deveria ganhar mais. Sim, apesar de me reconhecer no que faço e de me sentir realizada com a docência, eu trabalho para sobreviver. E... não, eu não me sinto plena vivendo nesta sociedade e o problema não é o lugar onde estou ou o que faço, mas a forma como as coisas estão estabelecidas neste sistema econômico ao qual estamos invariavelmente submetidos.
O professor Newton Duarte disse que "o trabalhador não é sujeito da sua atividade, ele é instrumento da sua atividade de trabalho. No caso do professor isso se agrava de tal forma porque a depender do nível de alienação do professor, o produto final de seu trabalho poderá ter sua qualidade comprometida, o que não acontece em outras profissões, que independente do grau de alienação do trabalhador, o produto não terá interferências em sua qualidade".
No livro Por que fazemos o que fazemos? o professor Cortella diz que "Nós fazemos o trabalho, mas em certo sentido, ele também nos faz. Isso acontece na medida em que o trabalho ajuda a moldar as nossas habilidades e competências. As atividades que realizamos contribuem para formar a nossa identidade profissional".
E refletindo sobre o que estes mestres ensinam, eu percebo que se a nossa sociedade tivesse outros propósitos que não apenas o lucro a qualquer custo, talvez então eu não fosse somente professora... talvez eu fosse também escritora... imagine só: viver das palavras e não apenas do processo pedagógico de ensinar! Quando escrevo é quando me sinto plena, sem medos de errar ou de me arrepender. Porém, a plenitude do ato de escrever não anula nem diminui a plenitude do ato de ensinar. Gosto de me sentir plena nessas duas atividades. Porque ao escrever ensino melhor e ensinando tenho melhores condições de escrever e protagonizar a minha história.
Fiquei pensando, analisando a leitura e me recordando das palavras que o professor Newton Duarte usou naquela manhã em uma palestra que eu ficaria horas, dias...
Tem coisas que acontecem e a gente mal percebe, quase nunca se dá conta de fato, mas são essas que nos enriquecerem na nossa ínfima condição de ser humano. Lembro que o professor palestrante falou sobre um monte de coisas que eu já sabia, outras que eu nem lembrava mais que sabia e mais algumas que me despertaram para coisas que não havia pensado ainda. Uma dessas me marcou profundamente e me fez pensar e analisar o andamento da minha vida...
Me recordo do professor Newton Duarte dizendo "na sociedade capitalista você trabalha pela sobrevivência, pela necessidade de adquirir o dinheiro que garante a sua subsistência. Na sociedade comunista você trabalha pela necessidade de de fazer aquilo que você precisa para atingir a sua plenitude enquanto ser humano". Essa foi uma das falas que estavam registrada no esboço que escrevi no dia da palestra. E então, associei com alguns trechos de um livro que li recentemente do professor Mario Sérgio Cortella (Por que fazemos o que fazemos?), em algumas passagens do livro me delonguei um pouco mais, uma delas foi: "Temos de trabalhar! podemos fazê-lo para mera obtenção da sobrevivência ou também como um modo de marcar nossa presença no mundo". Que no final das contas se assemelha muito com a frase do Newton Duarte apesar de não deixar escancarado para o leitor a questão da luta de classes.
Então fico pensando... se eu não fosse professora, o que seria? o que me faz ter necessidade de me fazer atingir a minha plenitude como ser humano? será que apenas existo ou deixo a marca da minha presença no mundo?
Sim, eu amo a minha profissão. Sim, eu deveria ganhar mais. Sim, apesar de me reconhecer no que faço e de me sentir realizada com a docência, eu trabalho para sobreviver. E... não, eu não me sinto plena vivendo nesta sociedade e o problema não é o lugar onde estou ou o que faço, mas a forma como as coisas estão estabelecidas neste sistema econômico ao qual estamos invariavelmente submetidos.
O professor Newton Duarte disse que "o trabalhador não é sujeito da sua atividade, ele é instrumento da sua atividade de trabalho. No caso do professor isso se agrava de tal forma porque a depender do nível de alienação do professor, o produto final de seu trabalho poderá ter sua qualidade comprometida, o que não acontece em outras profissões, que independente do grau de alienação do trabalhador, o produto não terá interferências em sua qualidade".
No livro Por que fazemos o que fazemos? o professor Cortella diz que "Nós fazemos o trabalho, mas em certo sentido, ele também nos faz. Isso acontece na medida em que o trabalho ajuda a moldar as nossas habilidades e competências. As atividades que realizamos contribuem para formar a nossa identidade profissional".
E refletindo sobre o que estes mestres ensinam, eu percebo que se a nossa sociedade tivesse outros propósitos que não apenas o lucro a qualquer custo, talvez então eu não fosse somente professora... talvez eu fosse também escritora... imagine só: viver das palavras e não apenas do processo pedagógico de ensinar! Quando escrevo é quando me sinto plena, sem medos de errar ou de me arrepender. Porém, a plenitude do ato de escrever não anula nem diminui a plenitude do ato de ensinar. Gosto de me sentir plena nessas duas atividades. Porque ao escrever ensino melhor e ensinando tenho melhores condições de escrever e protagonizar a minha história.
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