segunda-feira, 17 de novembro de 2014

felicidade plena

Blogueira anônima que sou, não deixo de acompanhar blogs, textos e poemas de pessoas muito mais talentosas, criativas e competentes que eu na arte da escrita, na arte de traduzir os sentimentos que o coração produz...
Esses dias estive só de passagem por um blog... Assim, como quem não quer nada, só por conta do títuo do post encontrado em algum momento de descontração numa rede social qualquer e então me deparei com um tal de Cartas para Helena. Fiquei absolutamente fascinada com uma postgem em que a autora fala sobre a liberdade que queria para sua filha, liberdade plena ao ponto de desejar para sua filha não apenas o que estava limitado socialmentee para ela, mas uma liberdade tão profunda que fosse possível sua filha escolher ser quem ela quisesse ser! Sem amarras, sem limitações, sem julgamentos e imposições.
Isso é tão lindo!
Imagine só uma mãe dizer para sua filha ainda bebê:
"Helena, você pode ser menino se quiser".
http://cartasparahelena.wordpress.com/2014/03/30/helena-voce-pode-ser-um-menino-se-quiser/
Por alguns instantes imaginei minha mãe me dizendo isso. Mas, definitivamente, nem no sonho ela me diria uma coisa dessas, até porque católica, tradicional e firme em suas convicções do jeito que ela é, isso seria bem impossível de se acontecer.
No entanto, apesar disso eu a entendo, a comprendo, a respeito e a amo e a amarei todos os dias de minha vida do mesmo jeito, nesta vida e na próxima...
Mas o fato é que este texto mexeu muito comigo: eu que amo a liberdade, eu que aspiro um mundo no qual as diferenças de gênero, sexo, cor, credo, classe sejam superadas e ignoradas, porque pouco importa ser homem, mulher, homossexual, trans, poli, rico, pobre... e por aí vaí. Então, me pergunto se algum dia a humanidade viverá em liberdade, numa liberdade tão profunda, tão concreta, tão absoluta que as pessoas poderão amar sem medo... Simplesmente amar. Parece lindo, não é mesmo? Porém, no momento esta imagem é só um vislumbre, é só uma miragem...
Mas, há pessoas como a Paola Rodrigues, que escreve com a alma e ama sua filha com todo amor que há no mundo, um amor tão puro, tão profundo que ela é capaz de dizer sem recios:
"Só quero te deixar claro, querida, você pode ser um menino, uma menina, algo entre um ponto e outro, uma flor, um pedaço de nuvem, um peixe com pés, tudo que você quiser, desde que seja uma pessoa de opinião própria. Prefiro que você reflita sobre tudo e me conte sobre sua decisão, do que seja a garotinha perfeita e de sucesso da mamãe".
 Esse amor é infinito, ultrapassa as barreiras do preoconceito, da lógica e da estrutura da sociedade machista na qual vivemos e por isso mesmo é o maior amor que há no mundo.
Sim, eu não quero ser mãe. Cada vez mais me convenço disso. Mas, não, eu ainda não perdi a fé na humanidade. E é por causa de pessoas como essa notória blogueira que eu acredito num mundo melhor, mais livre, mais cheio de amor, enfim, num mundo em que a felicidade de ser quem é, de amar quem se quiser, já seja o suficiente. Lembro que Clarice Lispector escreveu uma vez que: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome". Tenho a leve impressão que talvez essa seja a coisa sem nome a que ela se referia...
Tanto para a Helena, filha da Paola, quanto para as Helenas filhas de todas as outras mulheres que existem no mundo, é este o meu desejo: que elas tenham vida, mas vida em abundância, e essa palavra ainda sem nome, mas que eu ouso traduzir em felicidade pelna.



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