De vez em quando eu me pego pensando no que me trouxe até aqui...
Quando eu estava cursando o quarto semestre de Licenciatura em Educação Física na UESB, lá no longínquo ano 2010 (na minha mente, é como se fosse ontem), eu queria abraçar o mundo com esses meus braços curtos e frágeis: eu fazia disciplina com a minha turma, com a turma do meu irmão (meus veteranos) e com a turma dos meus calouros; eu fazia estágio na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Jequié, me dedicava ao projeto de extensão Vivenciando o Meio Aquático, no qual ministrava aula de natação para crianças e adolescentes das escolas públicas da região, recebendo um bolsa que mal dava para fazer a feira do mês e, mesmo assim, aos domingos, ainda participava do Projeto SoLazer, voluntariamente.
Ah! E claro, os trabalhos científicos e acadêmicos que eu comecei a apresentar nos congressos da área a partir daquele ano.
Não me pergunte como eu consegui dar conta de tudo isso. Às vezes nem eu mesma acredito que fiz esse tanto de coisa. Mas tudo valia o sacrifício no momento em que o professor Frank Nei me chamava de "professora". E eu na minha ingenuidade e descrença em mim mesma o questionava: "Mas, professor, ainda nem me formei, como o senhor pode me chamar de professora?". Ele, sabiamente respondia: "Todos nós somos professores em formação. Alguns, como eu, já têm o diploma. Outros, como você, é só uma questão de tempo para conseguir esse papel. Mas para além dele, você já é uma professora".
Eu era feliz apesar de todas as dificuldades, apesar de todas as privações, apesar de toda a correria, apesar de ainda não ter um diploma e uma conta bancária tão minguada como a gatinha que tinha encontrado na rua e a adotado dois anos antes.
E então aqui estou pensando na minha profissão e no quão realizada me sinto ao ver que meus alunos estão evoluindo mais do que eu evoluí quando estava no mesmo período do curso. E a culpa não foi dos meus professores. Eu só me interessei pela Educação Física após ser aprovada na seleção para bolsista de extensão do projeto Vivenciando o meio aquático, cujo responsável foi o professor Frank Nei. Aquele mesmo que sempre me chamava de professora, como se já fossemos colegas de profissão. E éramos, mas eu não tinha nenhuma noção disso ainda.
Eu não poderia estar mais feliz e realizada em outra profissão.
Hoje sou a professora mais feliz do mundo.
Obrigada, Deus, pela oportunidade de ser a professora deles... Meu maior objetivo no mundo é ser para meus alunos o que o professor Frank Nei foi e é pra mim!
Obrigada professor, por acreditar em mim, quando eu já tinha pensado mil vezes em desistir...
Cheguei até aqui também por causa de ti. Muito obrigada por ser a minha inspiração, tenha certeza que através de mim és também a inspiração dos meus alunos.
sexta-feira, 26 de maio de 2017
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