sexta-feira, 13 de julho de 2018

Vamos brindar!


13 de julho de 2018... em 15 dias completo 31 anos de idade.
Não sei porque me apego tanto aos números se eu nem sei usá-los direito...
Mas parece que aquela história de que depois dos 30 a vida começa a pesar é verídica.
Eu sei que não há como comparar épocas históricas distintas. Só que é inevitável não fazer uma reflexão comparativa no momento em que lembro da minha mãe com a minha idade, eu tinha 8, meu irmão, 6... ela tinha (e ainda tem) um casamento feliz, uma casa (oh saudade de casa), carro (embora ela não o dirigia mesmo tendo carteira de motorista, o que sempre me incomodou, mas ela nunca demonstrou se importar com isso, pelo contrário) e emprego fixo (tanto que até hoje está trabalhando com a mesma dedicação e afinco de sempre).
Mas e eu? O que eu tenho?
É mais fácil apontar o que eu não tenho. Porque tenho bastante nãos: não tenho filhos (nem os terei), não sou casada  (talvez nunca serei), não tenho casa (e estou bem longe de ter), não tenho carro ( nem a habilitação tirei ainda)... me sobrou o emprego fixo, que não é tão fixo assim, uma vez que numa instituição privada a qualquer momento posso ser desvinculada do quadro de empregados da empresa.
Não sei porque essas coisas ficam rondando meus pensamentos, tenho uma coisa que é impagável: liberdade. Posso dormir às 3h e acordar às 13h, ninguém vai passar fome por minha causa, ninguém vai se preocupar. Sou livre, não completamente mas o suficiente para ser minha dona e responsável unicamente de mim mesma... e eu dou conta do recado, esse semestre foi prova disso: trabalhei muito, tirei tempo para ir para a academia, melhorei minha alimentação (ainda falta muito para a excelência, eu sei, mas a gula é meu pecado favorito depois da preguiça, ou seria o contrário?), fiz novos amigos, passei tempo com os velhos e bons amigos, viajei em todos os feriados para estar perto dos meus amores e ainda tentei concurso público porque em algum momento eu serei funcionária pública. Mas enquanto isso eu faço o melhor possível para contribuir com a formação acadêmica e humana dos meus alunos na instituição privada a qual sou grata pela confiança e oportunidade.
Mas, ainda assim, mesmo desfrutando da liberdade de dormir e acordar sem preocupações com o bem estar de outro ser humano além de mim, parece que a vida é vazia. Afinal, qual o sentido de trabalhar para pagar boletos e faturas que se multiplicam e se repetem mensalmente?
Eu terei 31 anos de idade em 15 dias. E não sou nada. Nem tenho pretensão de ser diferente do que sou agora. Não sou mãe de ninguém, nem esposa, nem dona de imóvel... e pra ser sincera, às vezes não é tão ruim como está parecendo agora. Pelo contrário, de vez em quando é bem bom, melhor do que eu poderia prever, inclusive. E é muito, muito mais do que mereço.
Então que esses 15 dias à espera dos 31 sejam bastantes aproveitados, porque embora eu não mereça todas essas dádivas que são os meus “Nãos” sou muito grata por cada um deles. E vou aproveitá-los até a última gota. Porque se a tal da morte vier ela só vai levar a mim... tudo o mais permanecerá exatamente do jeito que está. E isso é fascinante: posso viver tranquila porque nada me prende, ninguém depende de mim e eu sou tão livre que dá vontade de dançar mesmo que não tenha música, dá vontade de ficar horas seguidas lendo um livro, dá vontade de passar o final de semana todo vendo filme, comendo guloseimas e ir dormir tarde após maratonar Grey’s Anatomy  (agora só falta a 13 temporada, finalmente!). Então, Não. Eu realmente não tenho do que reclamar! Tenho mais é que agradecer mesmo. E agradecer muito.
E já que é pra agradecer vamos fazer um brinde à essa vida!