quinta-feira, 29 de julho de 2010

Escrever sem ter por quê


Há dias em que só me resta escrever.

Escrever uma carta, escrever um bilhete, escrever um recado, escrever uma mensagem, escrever um poema, escrever um endereço, escrever os fatos, escrever os dados...

Eu escrevo sem motivos. Escrevo sem pretensões.

Não escrevo por passatempo, nem por hobby.

Escrevo por necessidade, não por hábito.

Escrevo por alívio, de dor , de felicidade ou da ausência de ambos.

Escrevo por escrever, talvez com um fim em si mesmo.

Mas o que escrevo deixa sempre subentendido as reticências no final do texto.

Escrevo porque se não o faço a mente agoniza, o que me deixa sem muita opção de escolha.

geralmente escrevo sobre meu dia a dia.

Um olhar, um sorriso, um ombro amigo, um abraço apertado, uma noite mal dormida, as crianças da esquina, as montanhas ao redor, os pombos da praça, a velocidade dos carros, o subúrbio da cidade... tudo isso diz mais que muitas palavras.

Ainda assim eu insisto em escrever.

Tenho consciência de que nada poderei fazer para melhorar o que escrevo, mas mesmo assim a necessidade de escrever prevalece.

A Clarice Lispector tinha razão ao dizer que a gente escreve para de uma forma ou de outra, desabrochar e não para mudar.

Então eu escrevo sem ter por quê...e por favor, não me pergunte por que.

by Adrielle Lopes em 23/07/2010

^^

5 comentários:

  1. Você escreve tão bem, que não poderia e nem deve parar de escrever. Gostei de seu texto. Aliás pode-se dizer que sou uma grande fã sua. Você, em suas colocações, nos transporta a situações como se estivéssemos de fato no local. Sua maneira de escrever é inteligente.


    E é por isso que eu te amo!


    ADMV

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  2. sou outro fã seu
    vc escreve sobre o ato de escrever
    e faz poemas sobre poesias

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  3. Tenho a impressão que isso responde o título: "As palavras sempre ficam. Se me disseres que me amas, acreditarei. Mas se me escreveres que me amas, acreditarei ainda mais.
    Se me falares da tua saudade, entenderei. Mas se escreveres sobre ela, eu a sentirei junto contigo.
    Se a tristeza vier a te consumir e me contares, eu saberei. Mas se a descreveres no papel, o seu peso será menor.
    Lembre-se sempre do poder das palavras. Quem escreve constrói um castelo, e quem lê passa a habitá-lo." Silvana Duboc. Obrigada pelo apoio, meus queridos!^^

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  4. Amei ninha, tenho quase os mesmos motivos para escrever, e vc escreve maravilhosamente bem
    sejam quais forem os motivos
    te amo
    bjoo

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  5. Ao ler seu poema achei agradável e simples e prazeroso. parabéns.

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