domingo, 13 de março de 2011

que a chuva traga alívio*

A terra seca que envolve meu pericárdio implora por água,
A terra estéril que habita o meu miocárdio pede irrigação há tempos...
A terra desértica em que se encontra meu endocárdio adoraria que chovesse por dias seguidos.
Porque às vezes só preciso de um pouco de silêncio e um copo de água pura, água da chuva, a mesma que desmancha, a mesma que aproxima, a mesma que se infiltra em qualquer canto, a mesma que tanto se deseja, que tanto alaga, que tanto se procura...
A chuva tranquiliza, harmoniza, ameniza, agoniza...
A chuva lava tudo, leva tudo, desfaz tudo...
A chuva que aqui, do lado de fora, para uns representa tanta tristeza, desamparo, frieza...pra mim, representa uma imensa beleza, ainda que eu esteja sozinha, descalça, andando no escuro, a chuva continua bela, um sinônimo de leveza!
Mas aqui dentro é tão difícil chover...
Nenhuma gota sequer...
O terreno está pedregoso
Não há sinal de chuva
Aqui dentro está tão perigoso...
Nem sei como estou conseguindo viver
Só fazendo uma forte oração para um santo milagroso!rsrsrs
Ah chuva que encharca as plantas lá fora...porque aqui dentro não molha?

2 comentários:

  1. Essa mistura de anatomia e poesia é muito legal.. rs

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  2. Obrigada Juliete, eu gosto muito dessa junção também, me faz lembrar dos textos do Augusto dos anjos! beijos e obrigada pela visita! ^^

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