quinta-feira, 22 de novembro de 2012

À flor da pele!




Durmo e acordo pensando nesse dia...

Respiro ansiosa e angustiada a chegada desse momento.
Quando vejo as fotografias antigas, quando escuto as músicas que cultuava outrora, quando relembro de velhas e encorajadoras histórias...
Ando tão à flor da pele que meus cabelos caem aos montes, as unhas de todos os dedos quebram com imensa facilidade e as lágrimas brotam, abortam, borbulham...um barulho ensurdecedor que invade minha garganta, que por sua vez, grita, agride, agradece as gargalhadas que surgem inesperadamente, molhando de suor a palma de minhas mãos e o canto interno dos olhos...eriçando os pelos da minha pele por pura consequência, por pura eloquência!
Estou tão à flor da pele: qualquer imagem me persegue, qualquer coisa me bagunça, qualquer dor me invade,  me persegue, me cala e me desampara, inclusive essa sobra de silêncio interior, essa falta de palavras de um ser superior, e essa inevitável e constante sensação de ser inferior...todo esse nada me atormenta, me mortifica, me mantém incrédula, inóspita, incapaz...de uma só vez!
Tão à flor da pele que a voz embaraça, os pés falham, os cabelos caem e as unhas quebram...de novo e novamente e mais uma vez... Então, não reconheço mais a imagem que vejo quando olho o espelho à minha frente. Só sinto, por fim, a pele arrepiada de medo, de pavor, de cansaço e dor...mas não arde, não há feridas abertas, nem sangramentos expostos, somente um latente pensamento de desconstrução própria à espera da chegada do dia e do momento em que a minha pele poderá enfim, florescer, amadurecer, envelhecer e então, fenecer!

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