sábado, 26 de janeiro de 2013

Antes que o tempo acabe*




Passou tão rápido que nem deu pra digerir direito tudo aquilo que me aconteceu: ontem eu só tinha 6 anos de idade, hoje, incrivelmente, já tenho quase a metade de 60!

Ontem eu estava tão apreensiva, e hoje, mais conformada que impressionada,  olho rapidamente para o relógio e percebo inconscientemente que chegou o momento de partir, de seguir, de finalmente ir...
Com as mãos vazias, o coração palpitando e a mente cercada de lembranças  para tudo quanto é lado, recordações de tudo o que me aconteceu e também daquilo que poderia ter acontecido num futuro próximo, mas que certamente, infelizmente, sentencio que não se realizará!
Mais um ciclo se completou e a vida segue implacável, impermeável, ininterruptamente, como essas minhas palavras que brotam não sei de onde, nem pra quê, mas estão cheias de um saudosismo passado e uma inebriante expectativa futura: apesar de tudo as minhas contradições me perseguem, me consomem e continuam se perpetuando, fazendo do meu livro de história um imenso texto com fagulhas de inspiração e infindáveis linhas de suor derramado e litros de lágrimas abortadas.
Então, antes que o meu tempo seja findado de uma vez, registo aqui, com essas simplórias palavras, tão singelas, tão absortas em si mesmas, tão incapazes de definir o que sinto diante deste tempo que se finaliza, com essas entrelinhas mal expressas, mal definidas, mal comunicadas, com esse meu desejo reprimido de encerrar esse período tornando-o imortal, inigualável, incomparável, com tudo isso em mente, finalmente eu informo que de uma forma ou de outra passou, mas do mesmo modo, permanecerá!

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