sábado, 20 de dezembro de 2014

Retrospectiva 2014

Dunga foi o treinador escolhido para substituir Felipão na seleção brasileira de futebol, após aquela despedida trágica, vergonhosa e inacreditável da Copa do Mundo de Futebol. (Ainda não aceitei aqueles 7x1 contra a Alemanha);
Quanto a mim? Bom, eu conseguir manter estável meu nível de colesterol (HDL - 57mg/dL; LDL - 117mg/dL; Total - 189mg/dL)
A diferença de votos entre Dilma Rousseff e Aécio Neves no segundo turno das eleições foi de 3,4 milhões...
E eu, o que faço com esses números?*
O filme 12 Anos de Escravidão ganhou o Oscar de melhor filme, e eu ainda nem tenho ideia de quando o verei :(
O Instituto Nacional do Câncer lançou um estudo que previa 580 mil novos casos de câncer no Brasil em 2014 e eu aqui, doida para doar meu cabelo para a ACACCI - Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil - mas, aí é plano para quando eu terminar o mestrado...
Quando 2014 começou, eu só tinha um pensamento em mente: que fosse um ano bom para se guardar na memória com carinho e saudade. Embora eu estivesse consciente de que em se tratando de ano de Eleição e Copa do Mundo de Futebol, isso seria meio difícil. Mas, às vezes, para que as coisas deem certo, depende muito mais de nós do que de outros fatores. 
Só que é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, como diz a canção, que não é do Humberto, mas é do Raul ;)
Bom, fazer uma retrospectiva deste ano que encerra é bastante complexo, porque foi um ano de mudanças e permanências: voltei a morar com meu irmão, permaneci seguindo a linha em direção aos meus objetivos de vida...
Em janeiro, viajei para Aparecida - SP com meus pais, uma viagem inesquecível, que me ensinou a diminuir o pecado da gula, rsrsrsrsrs. Neste mesmo mês, fomos para Bom Jesus da Lapa - Ba, dessa vez, meu irmão também foi e isso garantiu muito mais riso e diversão! Ainda no primeiro mês de 2014, encontrei minhas amigas que amo tanto: Makhy, em Gandu - depois de 5 anos sem nos vermos - Ninha Edry, em Uruçuca - nos deliciando com o almoço do esposo dela - Tassinha, em Jequié - depois de mais de um ano da nossa formatura e, ainda na Cidade Sol, meus amores: tia Diu, Dind e Duduzão - que foram a minha família quando eu morei lá... ;)


Em fevereiro, de volta à Vitória, terminei o que considero a melhor parte do mestrado: o estágio docente, o qual tive a honra e privilégio de fazer sob a supervisão do professor Caparróz - aquele que eu tanto li e estudei durante a graduação ^^


No mês de março, eu deixei de morar com a família de Mari e Tito, que tanto me acolheram assim que mudei para Vitória e fui morar com meu irmão, relembrando a época da nossa graduação. Entrei na academia e fui com minha amiga do mestrado, Liliane à Exposição sobre o corpo humano ;)


 Em abril, meus pais, meu Bunito, minha Cunha Rafa e mana Lari, com seu namorado de mesmo nome do meu irmão, vieram passar a páscoa por aqui, e foi tão bom estar com eles, apesar do pouco tempo e de toda a correria das atividades da pesquisa do mestrado. Mas foi bom demais!!! ^^


Em maio, minha Cunha Rafa veio visitar meu irmão, afinal, é preciso cultivar a plantinha, como diria minha amiga Carlinha ;)

Junho, mês do São João e da Copa do Mundo de Futebol, foi também marcante, porque foi quando aconteceu o show de Humberto Gessinger, o qual eu fui com meu Bunito, melhor que isso, só mesmo a presença dos meus pais!!! ^^

E então, o primeiro semestre do ano passou, trazendo consigo o mês do meu aniversário. Quando comecei a fazer as entrevistas para a pesquisa do mestrado e me decepcionei com a seleção brasileira de futebol... Paciência, o presente de aniversário? Meus pais me deram a passagem de avião para Floripa \o/


No mês de agosto, antes de ir para Floripa, passei na Bahia, somente para recarregar as energias. Na capital catarinense, participei do X SIEFLAS - Seminário Internacional de Educação Física, Lazer e Saúde - marcante para minha formação acadêmica e profissional, pois foi a primeira vez que apresentei trabalho oral em um evento de grande porte. Mas, o melhor disso tudo mesmo foi ter reencontrado Carlinha - depois de mais de um ano da nossa formatura  ;)



Então, setembro chegou - o mês do aniversário do meu irmão! E por coincidência ou não, foi o mês de estreia do filme dos Cavaleiros do Zodíaco, um momento bastante propício para relembrarmos a nossa infância, já que este desenho marcou as nossas vidas. Foi também quando estivemos participando do Conesef - Congresso Espírito-Santense de Educação Física - e foi uma correria enorme, mas valeu a pena!!! ^^

Em outubro aconteceu o Festival de Teatro... Foi tão marcante e especial que eu fiz um post completamente dedicado para este momento aqui no blog!!! Ah, e claro, foi o mês das eleições, o que me permitiu dar uma passada bem rápida na Bahia para poder exercer o tal do direito de cidadania ;)

Em novembro, Bunito veio me ver, nosso relacionamento enfrentou o primeiro término no mês anterior, mas espero que tenha sido o último! A melhor parte? A reconciliação, lógico! Porque o namoro muda, a gente muda, as circunstâncias também mudam, mas o amor, este continua ^^

Finalmente dezembro chegou! E com ele, a minha tão esperada qualificação. Agora só falta defender e então concluir o mestrado. Fora isso, muito trabalho, muita dedicação e muita abdicação. Mas eu sei que tudo que estou passando será recompensado. Esta é a segunda vez que passarei natal longe da minha família... Dessa vez, em outro estado, dessa vez, com outro propósito, dessa vez com a consciência de que não importa aonde estejamos, eles estarão sempre comigo e eu com eles... ^^



É, olhando para trás, observando essas fotografias, relembrando tudo o que aconteceu neste ano que daqui há puco termina, até que posso considerar que 2014 foi mesmo um ano bom... 
Bom também é a gente reconhecer que não é a mudança de ano que vai determinar como serão nossas vidas, mas sim, nossas mudanças de comportamento, de pensamento, de sentimento... Então, eu não espero que 2015 seja melhor que 2014. Eu espero que eu melhore no próximo ano, que eu seja autora e protagonista da minha existência. Passa ano, sai ano, entra ano, mas, sou eu quem devo melhorar, somos nós... O restante é só consequência! ;)
E que venha 2015!!! \o/


Isso é tudo!

Tudo aquilo que me disseram sobre o amor, pode esquecer! Nem vou perder meu tempo para te dizer. Porque, para mim, nada disso me parece verdadeiro.
O amor é um sentimento muito intenso, como foi aquele mês de fevereiro.
Tão profundo, demasiadamente subjetivo e ao mesmo tempo, introspectivo, que sendo assim, simplesmente não pode ser definido. Apenas sentido, vivido, apreciado, comprazido e agradecido.
Pra ser sincera, neste momento, eu nem sei mais o que realmente faz sentido tudo isso que eu tenho lhe dito...

Parece bastante complicado. Talvez realmente seja. Mas, ainda assim, me recuso a acreditar que o amor possa ser, de fato, explicado. É muita incoerência de pensamento, quando se pretende delimitar o que realmente seja este sentimento. Para mim, não há mais nada para ser explicado. O que precisamos fazer é apenas senti-lo aos bocados! ;)

Só de pensar no amor as palavras fogem. Se despedem sem ao menos olhar para trás. Mas, algo permanece: essa vontade absurda de estar perto, de estar junto, de dizer ao mundo que o meu amor é tudo!
Não. Não me peça para dizer mais nada.
Não há palavras que descreva esse sentimento; não há palavras que o defina; não há palavras que caibam o que se passa aqui dentro quando penso, quando sinto, quando o amor invade tudo em mim.

Talvez, então, amor seja só isso: invadir, desabrochar, latejar, somente sentir. Mas isso já é tudo, porque não há maior felicidade que esta: descobrir que o amor é tudo, é o que compõe o nosso mundo! ^^


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

de novo, o tempo!

Que falta eu sinto de não poder voltar no tempo...
Quando minha memória insiste em corroer o passado eu sinto uma falta terrível de algo que eu nunca tive, de algo que eu nunca terei, e mesmo assim, a falta é latente.
Leio livros, ouço músicas, vejo belíssimas fotografias, mas nada disso preenche essa vontade louca e absurda de querer voltar no tempo... Voltar para corrigir, para me corrigir, para mudar, me transformar, para melhorar, para não mais esse peso e essa culpa carregar.
Quando eu olho para trás, sinto com todos os poros do meu tecido epitelial que foi necessário tudo o que aconteceu para que eu me tornasse o que sou agora. Ah, mas se eu pudesse, ao menos uma vez na vida, por um instante que seja, voltar àquele tempo, eu teria feito tudo diferente. Eu te juro que mudaria a forma que agi, mudaria tudo que eu fiz... faria você feliz!
Ainda me pergunto por que tinha que ter sido assim? Por que? Pra quê? Será que essa era a minha intenção desde o início? Carregar essa culpa comigo para sempre? Você nem deve se lembrar mais, e isso de alguma forma me alivia o coração. Mas eu não esqueço os erros que cometi, de alguma forma eles me matam e me mantém viva, dia após dia...
"Nada nos garante que o futuro será melhor e mais feliz que o que o hoje", li esse provérbio naquela época, mas só agora compreendo o seu real significado. Por isso, vou parar por aqui, o meu desejo é que você seja sempre feliz. Quanto a mim? ora, também sou feliz! Mas se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente... E de novo, essa vontade louca de voltar no tempo! Mas já que não é possível, só me resta seguir...Encarar tudo isso de frente! ^^

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

então é isso..

Eu me pergunto sobre o que nos move, sobre o que nos faz viver, sobre tudo isso que dizem que a gente precisa fazer...
Mas, e eu e você? Como é que a gente fica?
Tenho observado os relacionamentos desfeitos, a começar pelo nosso, que apesar disso, já foi refeito; cada um seguindo para um lado e aquilo que outrora eu pensava que seira pera sempre, já não o é mais agora.
Então eu volto a me questionar sobre isso que a gente pensa que é amor, sobre isso que a gente insiste em dizer que é amor, sobre isso que a gente um dia acreditou que seria amor... Mas não, foi, ou se foi, já passou, já deixou de ser, ou nunca foi?!
É triste quando se vê relacionamentos que são referência para você serem desfeitos... É como se isso confirmasse a dúvida de que o amor não existe, só existem provas de amor, como diz a música...
Mas eu vejo meus pais... Eu vejo aquele casal de amigos gays que se amam há mais de 12 anos e sempre foram fieis. E nesse momento eu penso que pode sim existir o amor como declamavam os grandes poetas...
Amor de verdade: de entrega, de compreensão, de dedicação, de enfim, vontade de viver na mesma casa, na mesa que reparte o pão*
Eu sei que todos nós, de um jeito ou de outro, temos formas de amar  diferente, mas eu me pergunto mesmo se isso é amor, se foi, se será? Então é isso: amar é sempre ter dúvidas? E eu sou tão cheia de certezas...
Ás vezes eu queria viver um amor desses que eu lia em livros de romances na adolescência. Mas todos eles foram finalizados, todos eles tiveram um ponto final, algo bem longe do tal "felizes para sempre".
Eu só queria ser feliz, viver um romance que não só me tirasse o fôlego, mas tirasse também meus conceitos e pré-conceitos. Não precisaria me levar a Paris, eu estaria satisfeita se me levasse apenas para mais perto de mim...
Bom, mas no final das contas é isso aí, não há muito o que entender, nem fazer. Só nos resta mesmo viver, já que temos uma vida - esta vida. Mas será que não amar não nos faz perder a oportunidade de estarmos vivos?
Já não sei... Sinto falta dos meus gatos, de ter um cachorro. Não é complicado amar os bichos, pelo contrário! Só é complicado mesmo amar gente como a gente, porque a gente espera sempre ser correspondido e compreendido e... Então é isso: quando você mais precisa, você está sozinho.
Então é isso...


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Livros: um estilo de vida


"Há o hábito de pensar que se entra numa
biblioteca para procurar um Livro.
Não é verdade. Sim, por aí se começa, mas o
que na realidade se busca é a aventura."
(Umberto Eco)

A proposta inicial para o título deste texto foi 'Livros: uma paixão'. Mas sempre ouvir falar que paixão é passageira. E isso que eu sinto por livros vem sendo construído em mim desde quando eu era uma criança, quando minha mãe lia histórias para mim, antes de dormir, ou quando na biblioteca da extinta escola, aos 12 anos eu me perdia naquelas prateleiras o que me fazia chegar atrasada na grande maioria das aulas - principalmente, as de exatas, já que nunca fui boa com números, ao contrário das letras...
Tenho uma relação com livros que é complicado descrever. Não porque eu não saiba dizer, mas porque esse sentimento vai muito além da minha compreensão. Há uma sinergia, uma enorme sintonia, de tal forma que em meio aos livros eu me sinto em plena harmonia. Tenho a impressão de que não os escolho. Eles é quem o fazem quando me vêm. E então começa a aventura: o cheiro, o toque, o olhar. Falando assim, a sensação que eu tenho é de que os livros me lembram pessoas, talvez por eles terem sido produzidos por pessoas, mas se fosse assim seria muito simples de entender, já que este computador aqui também foi produzido por pessoas. Mais que isso, a própria natureza, que embora não seja uma produção humana, de alguma forma também nos remete a humanidade. Olha que coisa mais complexa de se exprimir...
Mas, voltando ao fato dos livros me lembrarem os seres humanos, acabei de recordar uma frase do Paul Valéry que diz: "Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo". Eu poderia terminar tranquilamente este texto por aqui. Mas ainda não disse tudo o que eu pretendia quando mudei o título. Afinal, eu não sou só uma apaixonada por livros. Meu sonho de consumo não é só ter uma biblioteca em minha casa. Livros não são só uma extensão dos meus braços e mãos. Eu sei que parece confuso, sei também que não serei suficientemente explícita em minhas palavras, mas a verdade é que eu sinto que os livros representam para mim um estilo de vida. Bibliotecas me fascinam e eu começo a desconfiar que há algum elemento no meu DNA que também está presente nos livros. Não é possível! Tem de haver alguma coisa que nos liga, porque eu e os livros parece o imã e o ferro.
Ler não é só um lazer, não é só um hobby, não é só uma descontração. Ler, para mim, é necessidade, é como beber água, como a comida de cada dia ou como este ar que respiramos. Livros, para mim são como os raios de sol que nos iluminam, nos guiam e nos mostram os caminhos que devemos seguir. E neste momento eu penso que o livro foi a mais importante produção humana.
Definitivamente,o título ficou bem melhor assim, porque minha paixão por livros há muito se transformou em estilo de vida.
Então, vamos ler!
Porque ler também é viver! ^^

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

felicidade plena

Blogueira anônima que sou, não deixo de acompanhar blogs, textos e poemas de pessoas muito mais talentosas, criativas e competentes que eu na arte da escrita, na arte de traduzir os sentimentos que o coração produz...
Esses dias estive só de passagem por um blog... Assim, como quem não quer nada, só por conta do títuo do post encontrado em algum momento de descontração numa rede social qualquer e então me deparei com um tal de Cartas para Helena. Fiquei absolutamente fascinada com uma postgem em que a autora fala sobre a liberdade que queria para sua filha, liberdade plena ao ponto de desejar para sua filha não apenas o que estava limitado socialmentee para ela, mas uma liberdade tão profunda que fosse possível sua filha escolher ser quem ela quisesse ser! Sem amarras, sem limitações, sem julgamentos e imposições.
Isso é tão lindo!
Imagine só uma mãe dizer para sua filha ainda bebê:
"Helena, você pode ser menino se quiser".
http://cartasparahelena.wordpress.com/2014/03/30/helena-voce-pode-ser-um-menino-se-quiser/
Por alguns instantes imaginei minha mãe me dizendo isso. Mas, definitivamente, nem no sonho ela me diria uma coisa dessas, até porque católica, tradicional e firme em suas convicções do jeito que ela é, isso seria bem impossível de se acontecer.
No entanto, apesar disso eu a entendo, a comprendo, a respeito e a amo e a amarei todos os dias de minha vida do mesmo jeito, nesta vida e na próxima...
Mas o fato é que este texto mexeu muito comigo: eu que amo a liberdade, eu que aspiro um mundo no qual as diferenças de gênero, sexo, cor, credo, classe sejam superadas e ignoradas, porque pouco importa ser homem, mulher, homossexual, trans, poli, rico, pobre... e por aí vaí. Então, me pergunto se algum dia a humanidade viverá em liberdade, numa liberdade tão profunda, tão concreta, tão absoluta que as pessoas poderão amar sem medo... Simplesmente amar. Parece lindo, não é mesmo? Porém, no momento esta imagem é só um vislumbre, é só uma miragem...
Mas, há pessoas como a Paola Rodrigues, que escreve com a alma e ama sua filha com todo amor que há no mundo, um amor tão puro, tão profundo que ela é capaz de dizer sem recios:
"Só quero te deixar claro, querida, você pode ser um menino, uma menina, algo entre um ponto e outro, uma flor, um pedaço de nuvem, um peixe com pés, tudo que você quiser, desde que seja uma pessoa de opinião própria. Prefiro que você reflita sobre tudo e me conte sobre sua decisão, do que seja a garotinha perfeita e de sucesso da mamãe".
 Esse amor é infinito, ultrapassa as barreiras do preoconceito, da lógica e da estrutura da sociedade machista na qual vivemos e por isso mesmo é o maior amor que há no mundo.
Sim, eu não quero ser mãe. Cada vez mais me convenço disso. Mas, não, eu ainda não perdi a fé na humanidade. E é por causa de pessoas como essa notória blogueira que eu acredito num mundo melhor, mais livre, mais cheio de amor, enfim, num mundo em que a felicidade de ser quem é, de amar quem se quiser, já seja o suficiente. Lembro que Clarice Lispector escreveu uma vez que: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome". Tenho a leve impressão que talvez essa seja a coisa sem nome a que ela se referia...
Tanto para a Helena, filha da Paola, quanto para as Helenas filhas de todas as outras mulheres que existem no mundo, é este o meu desejo: que elas tenham vida, mas vida em abundância, e essa palavra ainda sem nome, mas que eu ouso traduzir em felicidade pelna.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

talvez, amanhã*


Não. Hoje não.
A maré não está pra peixe.
Nem as palavras para este texto.

Hoje está um dia sombrio, voltou a chover...
E as palavras insistem em desaparecer.
Ratifico: hoje não tem como escrever!

Amanhã, talvez...
Quem sabe as palavras surjam de uma vez...
E me façam esquecer que hoje eu fui um bordão, um mero clichê!

Que coisa é essa? rasa, rasteira, barata, vaga...
Sobra rima, mas falta palavra.
Essa minha poesia de tão rala só precisa de uma coisa:
uma nova alvorada!

É, hoje não dá para disfarçar:
o mar não está bom para se banhar...
Nem adianta tentar embarcar!
Estas poucas palavras não vão deixar...

Talvez, amanhã eu consiga pular;
pode até ser que eu vá nadar...
quem sabe até mergulhar...
Mas, hoje, não adianta nem orar,
porque antes de cair no mar 
a chuva vai se encarregar 
de tudo molhar, 
de tudo lavar, 
de nos purificar!
Por hoje é só, vou deixar passar a ventania*

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

azul da cor do céu...



O temporal passou.
Novembro, enfim, chegou!
E eu estou viva, parece até ironia...
Mas, então aqui estamos: o verão chegando, o sol brilhando e no céu... nenhuma nuvem, nem de passagem!
Sinal de que a chuva não pretende voltar tão cedo. Ela cumpriu sua missão: lavou tudo, jorrou incessante como aquelas minhas lágrimas de outrora. Boa viagem!
Não só a temperatura está agradável agora, a minha alma também... Adeus, friagem!

É muito interessante como esse ditado bíblico faz sentido: "o choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã"... E eu penso no motivo para que isso aconteça: será que é o sol? o céu azul, ou será que isso acontece apenas por causa deste sorriso no rosto provocado ao perceber que tem muito mais gente do que eu e você imaginamos? São estas pessoas que incessantemente estão ao nosso lado, apesar, inclusive, da distância geográfica, será que é por causa delas? O que será? O que seria? Me arrisco a dizer que é e ponto. Não tem explicação...

E por falar em não ter explicação: que tal seguir o coração?
Apesar dos medos, dos temores, e de todas as dores...
Oi, novembro azul, seja bem vindo! Meu Lindo!
Não me surpreenda, não precisa carregar esse fardo contigo...
Deixa que eu mesma me viro!
Tenho certeza que vou te surpreender...
Comecei bem, não é mesmo?
Se não, tudo bem também...
Contra toda expectativa, contra qualquer previsão*
Olha eu aqui, erguendo minhas mãos...
Com a alma lavada e o coração inteiro.
Não se preocupe mais...
Estou mais forte agora, só não abuse:
Por favor, não leve embora quem me trouxe esse sorriso de agora.

E que o sol brilhe, o céu se pinte de azul, e que se misturem: o norte e o sul! ^^





sexta-feira, 24 de outubro de 2014

não mais flores!

Este não foi só o mês das flores, das cores, dos sabores...
Para mim foi um mês também de muitas dores:
Tive dor de garganta, dor de ouvido, dor de cabeça, com direito a um bônus: conjuntivite, justamente na semana em que senti a dor de coração partido, que é aquela dor dilacerada que vai bem no fundo da alma e provoca uma dor desesperada de perda, de sensação ruim, de que tudo foi em vão, de que perdi tempo, de que acabou e fim.
Mas, este é o ciclo da vida, não é mesmo? Assim como nós, os relacionamentos funcionam desse jeito: eles nascem, crescem, se reproduzem (ou não, no meu caso) e morrem. Se nem nós somos imortais, por que essa vontade de eternizar um relacionamento amoroso? Uma coisa é a relação familiar, porque nossos pais jamais deixarão de ser nossos pais, e eu costumo dizer aos meus que os amarei para além da vida. Neste caso, sim, o sentimento não se finda, pelo contrário, ele permanece, se agiganta e se imortaliza...
Mas a tal da vida amorosa é complicada, como Humberto Gessinger diria: "duas pessoas são duas verdades e na verdade são dois mundos"*. Verdades e mundos estes muitas vezes incompatíveis...
Agora é chegada a hora de esperar a dor passar, de recomeçar, tomar os remédios e descansar, aguardar o medicamento surtir efeito, fechar os olhos, tentar dormir e não mais para trás olhar.
Este outubro rosa foi bem cinzento para mim...
Mas, pelo menos eu prefiro os dias nublados!
E ainda bem que o novembro azul se aproxima, trazendo todo seu azul, todo o céu azul, e o meu coração que por ora está bem cinza, quem sabe não comece a voltar a ter sua tonalidade inicial? aquele vermelho sangue vital seria bem legal! Ou ainda, quem sabe seja  a cor cinza a que melhor o caracterize? Por que essa obrigação de ter alguém? de amar alguém? Como se isso fosse alguma garantia para eu ser reconhecida como uma pessoa normal. Nessas horas eu penso como seria bom se ao invés de um ser humano, eu fosse uma planta: ser autossuficiente, me alimentar da seiva e da luz e nada nem ninguém mais...
Querido mês de outubro, mês das crianças, das flores, do rosa, das eleições. Por gentileza, não se demore mais. Vá logo embora! E leve contigo as flores, as cores, os amores...
Estou cansada de sofrer essas dores!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

teatralizando-me

Foi uma semana inteirinha me teatralizando: o Festival Nacional de Teatro, na cidade de Vitória, aconteceu do dia 13 a 19 de outubro, e só para registrar: com entrada franca! Pra que melhor???
No primeiro dia, o espetáculo que abriu o festival foi Alice no país das maravilhas, do grupo Giramundo - MG. Sim, aquele mesmo que fez uma participação, mais que especial na gravação do DVD do Pato Fu - Música de Brinquedo:
https://www.youtube.com/watch?v=pj7qsUzpxFE
Apesar de eu e meu irmão termos ficado mais de duas horas na fila esperando para entrar no Teatro Carlos Gomes, valeu a pena! Mas foi por pouco mesmo, ainda bem, que durante a espera conheci um miniero muito bem disposto a entrar no teatro mesmo que ficasse em pé para assistir ao espetáculo, eu o reconheci logo - esse é um dos meus: um apaixonado pelo Teatro!!! Quando finalmente eu consegui entrar, o espeáculo tinha 15 minutos que havia começado. Tudo bem, foi emocionante estar ali... A história de Lewis Carrol sempre me fascina, e o grupo Giramundo é incrível!!!
Segundo dia, eu e meu irmão fomos mais cedo para pegar o ingresso, quem estava à nossa frente? Uma mineira super gente boa (comecei a perceber que tenho uma admiração especial pelo povo de Minas) conversamos, nos identificamos e combinamos de assistir juntas ao espetáculo Credores, no Tearo Universitário da UFES.

Muito legal: a proposta, o roteiro, os artistas, a discussão depois que a peça encerrou. Afinal, somos todos credores e devedores. No final das contas, tudo o que damos seja dinheiro, amor, comida, alegria, esperança ou apenas uma boa companhia, queremos de volta. Queremos em dobro*
Então na quarta-feira eu amanheci com a garganta inflamada, tive febre, dor no ouvido e o corpo todo moído. Eu poderia apenas tomar os remédios e repousar em casa. Resolvi apenas tomar os remédios e ir assistir o espetáculo A comédia da panela, do grupo capixaba Rerigtiba, no Teatro do SESI. Eu e meu irmão já tínhamos combinado com minha amiga, aquela que eu conheci num dia qualquer almoçando no restaurante universitário (ru) da UFES, que nós iríamos, e não seria nenhuma dor de garganta que me impediria. Porém, cheguei atrasada, mas ela estava lá e ainda conseguimos assistir o finalzinho da peça. Parecia muito legal: cheia de cores, músicas, e animadores. Para não ficar na vontade, fomos assistir o espetáculo Colorido ao Cinza, no Teatro da UFES. Dessa vez, chegamos com bastante antecedência. E, como ela havia pensado (parecia até que já sabia), a peça se tratava das relações humanas, nas quais optamos por enxergar as coisas de foma cinza, ou colorida. Eu, que adoro dias cinzentos, sou uma apaixonada pelas cores, contraditório? Vai saber!

No quarto dia, eu e meu irmão fomos com nossas amigas, aquelas que moram próximo à UFES, assistir ao espetáculo Um grito parado no ar, no Teatro Carlos Gomes. E foi sensacional - apesar da febre me avisar que não era para eu estar lá! Imagine um espetáculo que fala do processo de criação de uma peça, das dificuldades enfrentadas pela companhia de teatro, e tudo isso com riso, choro, emoção, é a arte de fazer teatro, pura!

Então meu irmão viajou. Mas, já que a febre passou, e que a minha amiga, aquela que eu conheci no show do Humberto Gessinger, confirmou presença, então eu fui com as meninas do dia anterior assistir, no mesmo Teatro Carlos Gomes, o espetáculo Humor, e nem vai pensando que foi uma peça de comédia, porque é genuinamente um drama, daqueles em que a gente passa horas pensando e se questionando mesmo depois que ele acaba.  

Quinto dia. Lembra da minha amiga que eu conheci no ru? Pois é, fomos juntas assistir ao espetáculo Alladim, no Teatro SESC Glória, reformado, belíssimo, cheirando a tinta fresca ainda, com aquela cortina vermelha e detalhes dourados na borda. Fiquei encantada! E, apenas para fins de registro mesmo, recebi de uma menina linda o ingresso deste espetáculo, que era do tio dela, mas o qual não poderia mais ir assistir a peça. Quando ela me entregou este papelzinho me senti quase que ganhando na loteria, e olha que a entrada era franca. Mas ela me fez não ficar tanto tempo na fila esperando pelo ingresso. *-*

A peça foi linda, com direito à trilha sonora do filme homônimo. Com direito à foto com os atores no final do espetáculo. Com direito a conhecer uma família exemplar,: um pai que teria se tornado padre, se não conhecesse a sua bela, poliglota e futura médica, uma mãe que sorri, que conversa e explica o mundo para sua filha ainda criança, e uma menina doce, meiga, um anjo, que mesmo aos quatro anos tem uma formação voltado para as artes, pois já gosta de teatro, cinema e livros... Ah esses encontros que nos enchem de vida. Quando eu digo que o mundo não está perdido: Ainda há pessoas boas, sim! Eu acredito!

No mesmo dia, mais tarde, fui ao Teatro Carlos Gomes assistir o espetáculo Holoclownsto do grupo Troupp Pas D'argent - RJ. Fiquei super curiosa para saber como eles iriam abordar essa temática, foi uma pena eu ter chegado atrasada ao espetáculo, depender de ônibus nessas horas é ruim. Mas tudo bem, o importante foi encontrar aquela minha amiga, a que eu conheci no show do HG, porque ele fez isso: nos uniu!
E, para encerrar (Ufa!), fui assistir ao espetáculo Cinderella, no Teatro Carlos Gomes, com minha amiga mineira, aquela que eu conheci na fila, no segundo dia do Festival, lembra? O espetáculo foi lindo, mas o mais legal foi ter conversado com os atores no final: a Cinderella e o príncipe, são na vida real um verdadeiro casal, tão lindos! Fiquei encantada com eles, não só pela apresentação do espetáculo, mas pelo modo como trataram todos que se aproximaram para tirar fotos, ou conversar, ou as duas coisas, como foi no meu caso! rsrsrsrsrs
Resultado: o espetáculo não termina com os aplausos. O teatro vai muito além de apenas assistir e aplaudir, representar, repetir e reproduzir. Vai muito além! O teatro não é só mágico, é real também, nos aproxima dos outros e consequentemente de nós mesmos. Neste universo, de riso e de choro, tanto o artista quanto o admirador, ambos cabem, ambos se bastam, ambos sabem que a arte não só imita a vida, porque a arte já é a própria vida.

domingo, 5 de outubro de 2014

breve lucidez/insensatez

Neste ano estive mais sóbria que de costume.
Desde o carnaval: fiz questão de não torcer para nenhuma escola de samba, na verdade eu estava indiferente. (Pra ser sincera, diga-se de passagem, a única escola que eu quero ver sempre campeã é a escola pública). Voltando, eu já não sou fã do carnaval mesmo, nem foi tão difícil não me importar.
Fui sensata. Votei branco!


Na copa do mundo, realizada em meu país, eu não estava nem aí: claro que assisti aos jogos e sofri muito vendo minha seleção jogando (diga-se de passagem, bem desastrosamente) mas, não vibrei como em outras copas do mundo. Sem falar daquela vitória da Alemanha, que eu senti como se fosse um balde de água gelada, como naquele desafio lançado (diga-se de passagem, desnecessário) do balde de gelo.

Mas, então a eleição chegou. E eu estava convicta a votar pela primeira vez (diga-se de passagem) em branco. Pois é... eu que, na eleição passada, votei e vibrei com a vitória da presidente Dilma Rousseff, fiquei decepcionada com o andamento do governo. Sim, eu reconheço as melhorias, as inúmeras melhorias não só em relação à moradia ou à educação, mas principalmente por ver direitos básicos sendo garantidos. E, confesso: é bom demais ver o pobre não sendo mais tão miserável. Com a oportunidade de enfim, viver. Lembro como se fosse agora da propaganda eleitoral de Lula: "no meu governo vou garantir que as famílias tenham pelo menos as três refeições básicas". E isso foi cumprido. Porém, quando eu votei no PT desde a eleição de 2006, eu imaginei que seria um governo de transparência. Mais que isso, um governo em que as pessoas pudessem além de ter poder de compra, além de conseguir ascender economicamente, além de poder viver de forma mais digna, que também pudessem ter consciência crítica, autonomia, autoria, emancipação intelectual. Eu sei: se a gente não comer, é impossível viver. Mas, era preciso avançar mais. Eu não vou nem citar a questão do mensalão. Não é por nada não, até porque eu não sou a Revista Veja para ser "imparcial" e tudo o que eu escrevo ou sinto, ou que eu já senti, ou eu sentirei. Então, sempre vou escrever a partir do que sinto e eu tenho total convicção de que nos governos anteriores ao PT, o que houve de quadrilha, de rouba monte e de sujeira debaixo do pano que ninguém, nem mídia nenhuma se deu o trabalho de apurar ou publicar, existiu e até hoje nunca se puniu ninguém. Mas, isso não convém falar, né?!
Eu iria votar branco... Num lapso de lucidez completa.

Após a leitura da obra de José Saramago, Ensaio sobre a Lucidez, fiquei decidida a votar em branco. Não queria o retrocesso, a volta do PSDB. Isso eu já sabia: Aécio, never! Por outro lado, queria mudar. As manifestações de junho de 2013 me mostraram que tinha muita coisa no governo do PT que estava fora do lugar, que tinha muita coisa ainda para melhorar. Por sua vez, a outra candidata parecia mais uma bola de ping-pong, eu não conseguia entender o que ela realmente queria.

Porém, meu estado de lucidez foi breve.

Sem querer, querendo, assisti uma entrevista da Luciana Genro e me encantei com as propostas dela. Com sua visão de mundo, sua confiança e determinação. Se ela fosse nordestina eu diria que ela é uma mulher muito da retada, que não leva desaforo pra casa e que bota qualquer um com a cara no chão, apenas usando sua sensatez, inteligência, perspicácia e "sangue no olho". Eu sabia que ela não teria chances, já que veio de um partido nanico, sem muita expressão. Que pena! A mesma utopia que ela se referia, era a mesma que eu queria ver acontecer.
Se eu votei com a razão ou com o coração, eu não sei.
Só sei que Luciana Genro tem toda a minha admiração. E não é só porque ela queria a criminalização da discriminação contra LGBT e implantação de políticas concretas de combate à homofobia. Mas, principalmente, porque ela tem a mesma visão de socialismo que eu tenho. Quando eu votei nela e em todos os seus candidatos do PSOL, lembrei das aulas de sociologia na faculdade, lembrei dos textos que li e de alguns que escrevi, lembrei dos meus alunos das escolas públicas do interior da Bahia, lembrei das manifestações de junho de 2013. Enfim, lembrei que falta tanta coisa ainda para se construir o Brasil que eu gostaria de ver e de viver...
Contudo, não vai ser dessa vez. Mesmo assim, estou feliz com a minha insensatez! Mais que a doçura de ver acontecer, é ter esperança recheada de acidez.






terça-feira, 23 de setembro de 2014

arco-íris

O mundo é meu. O mundo é teu. O mundo é nosso. É tudo nosso!!!
Esse sorriso, esse olhar, esse céu azul e esse sol escaldante. É tudo nosso!!!
Pertencemos à mesma família, embora eu prefira suco de laranja e você... suco de limão?
Temos gostos tão parecidos, ideias tão distintas e sinceridade mútua... eu e você e o mundo ao nosso redor! Sabe essas pessoas aqui do lado? São iguaizinhas a nós, à mim e à você: porque elas também têm sonhos, frustrações, desejos, vontades e esse mesmo querer nosso de ser feliz, de completar, de nos libertar, de se emancipar...
"O mundo é teu até o final, pra sempre e em tempo real..."*
Tenho a impressão que passei a vida inteira para chegar até aqui só para te ver sorrir: o mundo é nosso, é tudo nosso!!! Estamos aqui para que, afinal? Para quem? para mim, para você ou por nós? Esse alimento que nos nutre, essa energia que nos une, esse mundo ao qual pertencemos... é por isso que estamos aqui!!! é para isso que estamos vivendo!!!
Então, não quero ter medo de abrir os olhos e ver a chuva cair... Não quero ter medo de pegar em sua mão e dizer: "vamos, estou aqui!" Não quero ter medo de sentir o cheiro de terra molhada e nem de caminhar ao seu lado. Não quero ter medo de comer para não engordar. Não quero ter medo de te abraçar. Como diria a canção: "não desista de quem desistiu, do amor que move tudo aqui, jogue bola, cante uma canção, aperte a minha mão..."*
Quero viver! Quero estar com você, por você, para você, com você! Sabe esse globo terrestre que nos abriga? Foi ele que uniu? Ele é nosso. É tudo nosso! Não tenha medo de sorrir, de dizer o que deve ser dito, nem medo de sentir o que eu também estou sentindo. O sentimento é nosso. É tudo nosso! Até esse sorriso singelo e iluminador que você tem, até ele, é nosso!
O mesmo sol que me aquece, é o mesmo que te ilumina. A mesma lua que brilha é a mesma que eu vi na trilha da tua vida... O mesmo alimento que te sacia é o mesmo que me embriaga e contagia. E neste momento já não reconheço mais o que é para saborear, o que é para ver, nem tampouco o que é para sentir. No final das contas, o que faz sentido para mim é só estar com você, fazer você perceber, que a gente também precisa viver!!!
Como diria a canção: "corre risco teu sorriso, corre atrás do prejuízo...final"
Não sei se o texto deveria ser cinza* ou se seria melhor contemplado com o amanhã colorido*
Só você para me dizer isso...

Mas olha aquilo: você viu o mesmo que eu vi?

Parece um arco-íris!!! ^^

sábado, 20 de setembro de 2014

Arrependimento ou enclausuramento

Esta noite, ouvindo Refrão de Bolero* pela  milésima vez, me vem à mente àquela tarde em que eu me despedi, há tanto tempo (uma década, já?) em que eu não me arrependi com o coração na mão e nem tampouco roendo as unhas*, naquele dia eu decidi seguir, e resolvi desistir. Sim, fui eu que falei sem pensar mas, há tempos me arrependo com o coração na mão como um refrão de bolero*
De lá para cá muita coisa mudou: eu parei de beber, eu não quis mais saber de fazer Direito, eu viajei praticamente pelo Brasil inteiro, fiz amizades, conclui um curso técnico, um curso superior, me apaixonei pela universidade e de todas as coisas e pessoas que fiz/conheci por causa da faculdade...
Só que um erro assim tão vulgar nos persegue a noite inteira* e mesmo depois de 10 anos, mesmo sem me embriagar com álcool, ainda volto a pensar naquele dia, no seu perdão, na minha rebeldia sem causa, do que ficou suspenso no ar, do que não voltou mais a perdurar. Mais que a você, eu que falei sem pensar* magoei a mim e ainda não esqueci. Nem poderia. Fui sincera como não se pode ser* mas durante todos estes anos morro um pouco por causa de como agi naquele dia...
Um crime sem perdão* embora você tenha me dito que tudo passou, que me perdoou, e que o importante é que tudo mudou. Devo concordar que a situação melhorou, mas em noites como esta em que a madrugada vira dia, o silêncio se transforma em tormento, litros de lágrimas invisíveis jorram incessantes sobre meu rosto, e o barulho parece mudo. Vejo o passado passando ao fundo, incessante, sem parar para uma trégua, passa o tempo todo na memória, e quando eu penso que já passou ele retorna, e me encontra aqui, dentro de mim, em pensamentos sem fim, desfazendo o meu mundo...
Então eu penso: e se eu pudesse voltar e mudar, o que eu faria? O que eu mudaria?
O meu ou o seu instinto? O meu olhar que sempre te engana, te encanta ou o seu olhar que sempre me espanta? Ou talvez seria aquele sorvete que derreteu antes de ser consumido, que foi jogado no lixo antes de ser ingerido? ainda não sei o que eu faria, se eu fosse eu, é bem provável que eu não me preocuparia...

É o fim do mundo este dia da semana!*
Você já não existe e eu ainda me arrependo de tudo o que eu fiz, Ana...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

não dá para entender...

"Hey, mãe! Por mais que a gente cresça, há sempre alguma coisa que a gente não consegue entender..."*

É... hoje eu estou com Terra de Gigantes na cabeça e a passagem supracitada faz todo o sentido para o que estou vivendo agora: a ironia é que eu não cresci, mas não é por isso que não entendo. Porque tem coisas que eu simplesmente me recuso a entender, e nem adianta tentar me convencer, me explicar detalhadamente com essa voz doce, ou ainda justificar com os melhores argumentos possíveis, porque -  definitivamente - eu não vou entender: 

Eles se conheceram há mais de 30 anos. Eu nem sonhava em nascer, nem nos meus melhores sonhos...
Tiveram um filho. Mas, ela foi embora, refez sua vida em outro estado, outra cidade e, ah! é claro, levou o guri, que sempre achou que o pai era o culpado de toda aquela situação, que nunca deu valor ao esforço do pai e tampouco reconheceu que pra ele chegar aonde chegou é porque também ele o ajudou... Depois de dois anos, outra mulher, outra criança, dessa vez uma menina, que num futuro não muito distante teria um filho e sentiria na pele o que o seu próprio pai passou...Mas nem assim adiantou para ela saber valorizá-lo. Mas, como eu sempre digo: cada um faz as escolhas que achar melhor, mas será eternamente responsável por elas!!! 
Ele já se apresentava desacreditado, ninguém poderia pensar que ele fosse se reerguer, que ele fosse reviver. Afinal, mais uma vez, ele estava investindo num relacionamento fadado ao fracasso. Duas vezes seguidas, melhor desistir de viver a dois, segue teu caminho sozinho - o pessoal dizia... Ainda bem, que ele seguiu o coração, senão eu não estaria aqui agora para contar essa história!!!
Então....no jardim quase desértico de seu coração a flor mais linda brotou: cheia de cor, perfumando tudo ao seu redor, enfim, era o amor!!! O verdadeiro amor floresceu, cresceu e frutificou: gerou dois frutos e uma vida inteira de cumplicidade, carinho, apoio, lealdade e mais, mais amor, muito mais...
Entretanto, durante todos estes anos ele pagou pensão, para muito além do que a lei assegura, ele cumpriu muito mais do que a obrigação mandava, mesmo longe, mesmo distante, ele sempre esteve presente. E eu me recordo de todos os finais de semana que ele precisou trabalhar para sustentar as três famílias praticamente sozinho. E hoje, dá para acreditar que com 62 anos de idade ele ainda continua praticamente sustentando aquela primeira pessoa que foi embora, que teve outo relacionamento, que refez sua vida e criou o filho deles como se ele não fizesse nada?! Pois é... É disso que estou falando! É disso que eu não consigo entender. Me explica, mãe! Por que o meu pai tem que sustentar a ex-esposa dele? Será o que o filho que eles tiveram, se estivesse no lugar do meu pai, faria a mesma coisa? A minha aposta é não!

Hey mãe... Nessa terra de gigantes eu me sinto tão pequeno*



domingo, 31 de agosto de 2014

identificação...

O poema não é meu, nem poderia ser! Quem me dera pudesse escrever com tamanha maestria e sutilidade, alegria e humildade. Se fosse meu, certamente eu seria só felicidade. Mas não é. Fazer o quê? Se inspirar... Procurar uma boa fotografia e publicar, sem deixar de mencionar de quem são as mãos que produziram essa belezura. Fiquei tão emocionada, me encantei de cara! Não precisei reler para saber do que se tratava, aliás, antes de terminar a leitura eu já continuava só que agora do lado de fora do livro e do lado de dentro do meu coração. Tenho sérias dúvidas se foi feito para mim, arrogância, não? Petulância de minha parte pensar assim, mas é que me encontrei nessas linhas, nessa poesia, nessas entrelinhas...



Arrebentação

Eu não vou mais me apequenar para caber no mundo. Não vou deixar de ir ao baile pela ausência do traje adequado e, lamento, mas daqui pra frente, nada de sorrisos disfarçados. Ah, e tem mais: eu não vou pedir desculpas pela cor dos meus sapatos.

Os meu métodos e a medida dos meus quadris são a minha identidade. Eu não vou mais ser discreta e nem varrer os sonhos pra debaixo do tapete. Eu não sou um currículo e não vou mais me esmagar pra encaixar meu corpo dentro de um uniforme. Eu não nasci de uma fôrma, de um molde. Eu tenho um nome e quero ser chamada por ele.

Eu não vou mais me acabrunhar. Não vou abrir mão da minha vez, do meu voto, do meu lugar. Nem vou mais refugiar os olhos no breu das pálpebras, quando me encaram. Eu quero mais é revidar, me agigantar, reconhecer minha sombra no chão e apreciar a dimensão e a forma que ela toma por onde passo.

Eu não vou mais terminar as coisas com pontos finais, nem vou suspender minhas declarações de amor no fundo falso do céu da boca. Não viver me deixa muito cansada. Eu não vou mais pedir licença para existir, nem vou me desculpar pelos meus vícios, pelas roupas que uso ou pela porra da cor que escolhi para os meus calçados.

A minha essência prevalece abrindo os braços, se espreguiçando, rebentando o mundo com seus centímetros a mais. Eu me recuso a andar para trás. Lagarta que se transmuta em borboleta não volta pra dentro da caixa; Menino que se infinita em luz, ninguém ofusca; Cigarra que se assume quando canta, vira canção...

                                                 (Maíra Viana Barros - O Teatro Mágico em Palavras II - Diálogos)

domingo, 24 de agosto de 2014

Enquanto durou...

Parece que foi ontem: as comunidades, os scraps, a sorte do dia, os visitantes recentes, os depoimentos...
Estive sentindo saudade até dessa esquecida e já remota rede social. Li os 8120 scraps, e foi tão bom recordar aquelas mensagens, aquele carinho, aquelas fotos, aqueles vídeos (a banda de Ricky, a banda de Edy, a homenagem do aniversário de Lari feito pela Vlady, o alô do Humberto Gessinger, feito por Ricky e Vane, a canção que Makhy cantou para mim...) foram tantas coisas boas vividas ao longo  dos 10 anos dessa rede social. Foi muito bom enquanto durou, como é todo amor.
Quando criei minha primeira conta no orkut eu tinha 17 anos de idade. Uma adolescente, meio rebelde sem causa, que pensava que sabia alguma coisa da vida, quando não sabia de nada, apenas essas coisas corriqueiras que a gente aprende numa aula de história, geografia ou literatura, na escola, ou então coisas ainda mais banais como não discutir com pessoas que têm opinião divergente da minha. Se tem uma coisa que eu sempre evitei foi isso e eu aprendi bem nova, quando minha mãe dizia: "Mesmo que você esteja certa, o seu pai tem sempre razão". Depois que aprendi esse segredo de convivência nunca mais discuti com ninguém por causa de opiniões divergentes. Mesmo que eu esteja certa, a outra pessoa tem sempre razão. O que importa na verdade é mantermos as relações, mesmo sem razão. Afinal, razão é só o que eles têm*
E no orkut estabeleci muitas relações, gente do Norte, do Sul, do Brasil e de Chandigarh. O Orkut foi um espaço de convivência, de troca de confidências, experiências e carências. Ele e o Windows Live Messenger foram os meus primeiros suportes de interação social virtual. Alguns dos amigos que fiz através destes instrumentos tenho até hoje, com muito carinho, cuidado e gratidão.
Muita gente disse e dizia que amizade virtual não era real. Hoje, eu posso afirmar, contundentemente que se a gente for real e encontrarmos pessoas reais, mesmo que a amizade seja virtual, ela é real, sim!
O Orkut está prestes a ser desativado e ainda bem que outras redes sociais continuam a nos aproximar (ou afastar, dependendo do contexto) das pessoas que tanto queremos bem. Essa é só uma tentativa de dizer adeus, mas antes, uma ode às coisas boas que o Orkut me proporcionou. É, foi muto bom enquanto durou! ^^

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

lado a lado*

É só começar a respirar que ela segura firme em nossas mãos e nos segue por onde quer que a gente vá, pelo resto de nossas vidas. Até o dia em que, finalmente, ela decide nos levar, até o momento final em que ela resolve nos poupar disso que chamamos de vida, de história, de criação, de pertencimento...
A morte está aqui, do meu lado, do seu lado, desse lado, lado a lado!
Então não adianta fingir que não está nem aí, que não se importa, que para você tanto faz, que isto não significa nada, que não vai mudar nada... É, mas eu te digo, com o coração na mão como um refrão de boleros que esse dia vai chegar independente de qualquer coisa, independente de qualquer pessoa. E quando ela resolver nos levar, não vai adiantar, chorar, espernear, malhar, correr, casar, trabalhar, ficar rico, emagrecer, comprar uma casa e um carro, ter filhos... Nada disso vai adiantar! Porque quando a gente menos esperar a morte, aquela que esteve ao osso lado desde o dia do nosso nascimento, simplesmente vai apertar a nossa mão, nos puxar e finalmente, vai nos levar. Não vai mandar recado, nem pedir que o serviço seja terceirizado. Ela mesma, em carne-osso, ao vivo em em cores vai se encarregar de fazer a sua função. Até esse dia chegar, eu me pergunto: "O que terei feito para melhorar o mundo?" A verdade é que 'estamos vivos, sem motivos, que motivos temos para estar?'*
Esses dois últimos meses fui bombardeada de notas de falecimentos de pessoas admiráveis:
1. O escritor carioca, João Ubaldo Ribeiro (18/07);
2. O educador mineiro, Rubem Alves (19/07);
3. O dramaturgo, romancista paraibano, Ariano Suassuna (23/07);
4. A enfermeira baiana e amiga pessoal, Naiara Nunes (02/08);
5. A professora de Educação Física, bailarina e amiga pessoal, a baiana Iara São Paulo Luz (10/08);
6. O ator norte-americano, Robin Williams (11/08);
7. O político pernambucano, presidenciável, Eduardo Campos (13/08)

Com essas mortes, algumas, julgo injustas (embora eu saiba da minha incapacidade de julgamentos), que me fizeram pensar no quanto a morte está ao nosso lado. E nós, o que estamos fazendo para que a vida seja bem vivida? Já que todos vamos morrer, que tal viver de verdade? Viver com brilho nos olhos, sorriso nos lábios e braços acolhedores. Porque daqui não vamos levar nada além de lembranças que um dia também irão se apagar. Já que não somos eternos, vamos eternizar os momentos que passamos ao lado de pessoas que nos fazem bem, e que possamos ser exemplo para os demais seres humanos. Enfim, que sejamos felizes enquanto houver vida...

sábado, 19 de julho de 2014

clariceando-me

Clareou o dia!
E tudo ficou mais claro depois daquela leitura...
Somente Clarice Lispector faz isso: inicia um texto com uma vírgula e o conclui com dois pontos!
Somente Clarice Lispector faz com que eu continue lendo após o término da leitura...
Somente ela faz isso comigo: me traz mais dúvidas, e por isso mesmo me torna mais humana.

Ah! Clarice, como agradecer por você continuar vivendo mesmo depois de se passarem tantos anos de sua morte? Te sinto aqui do meu lado, através de cada novo livro seu que tenho o prazer, o privilégio, e a dádiva de ler. Mais que isso, você me faz sentir mais perto de mim mesma... Definitivamente, não tenho como agradecê-la por isso. Suas palavras  me fascinam, me encantam, me envolvem e me preenchem de tal modo que não sou mais eu depois que termino de ler...

Hoje sou outra. Sou por sua causa. O que eu era, ficou no passado. Não vejo a hora de ser outra de novo, renovada a partir da sua literatura, que me embriaga, me consome, me corrói, me confronta, me (re)constrói...

Clareia a minha vida, minhas veias, minha vez...
Ah!  Clarice, a leitura se findou, mas a história continua a acontecer, só que agora, na minha memória.
Que poder é esse que você tem? Isso é incrível: você está viva em mim... Que honra a minha te ter aqui!!! Como você pode me compreender de tal forma, que nem eu mesma jamais pensei em conseguir?
Quando você disse: "um corpo é menor que o pensamento", você sabia que essa frase seria direcionada para mim? Será que em algum momento da sua vida, você imaginou que com suas palavras poderia mudar, moldar, modificar, mistificar uma pessoa? Pois conseguiu: eis-me aqui!

Não tenho muito o que falar - é que sentir me consome muito! - mas pela atenção que você me dá, parece me ouvir muito além do que vou contar...

Minhas únicas certezas são as dúvidas que você me fez ler:

"Viver não passa de se aproximar cada vez mais da morte".
"A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano".
"Estar perdida não é a verdade corriqueira mas é a irrealidade que lhe vem dar a noção de sua condição verdadeira. E a de todos".
"Tenho sido a maior dificuldade no meu caminho. É com enorme esforço que consigo me sobrepor a mim mesma".
"Viver é tão fora do comum que eu só vivo porque nasci".
"O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar".
"Quem é capaz de sofrer intensamente, também pode ser capaz de intensa alegria".
"A vida é tão forte que se ampara no próprio desamparo".

Clariceei-me por completo:
"Que é que eu faço, é de noite e eu estou viva. Estar viva está me matando aos poucos, e eu estou toda alerta no escuro".




quinta-feira, 10 de julho de 2014

na balança...

Quem vê capa, não vê conteúdo;
Quem vê cara, não vê coração.
Quem olhar para esse título vai pensar que vou falar de fórmulas mágicas para emagrecer. Mas não. Não mesmo: errou feio, não passou perto, nem de longe... Não só porque eu não acredito nessas mágicas, mas, principalmente porque a palavra "balança" não significa apenas um aparelho para medir massa corpórea.

Junho se foi,
O show do Humberto Gessinger foi marcante: músicas antigas e atuais, fazendo rima, fazendo sentido, me fazendo entrar no clima e continuar extasiada até hoje! Que momento comprazido! Nem deu tempo de lembrar do São João...
Mas, como assim? Se a melhor época do ano para mim é a festa junina, por que eu não me importei com o São João desta vez? Ahhh, claro: não foi só culpa do HG, embora eu ainda esteja inebriada com as canções e as emoções apresentadas no palco pelo genial 1berto. Mas, o fato é que as pessoas que eu mais amo no mundo estavam comigo, e com elas eu esqueço até do que é bom, porque na verdade, o bom mesmo é estar com elas. Então, espero que você me entenda Gessinger quando eu me virei de costas para abraçar meu namorado. Eu sei que o show é seu, todas as atenções devem ser para você, mas sabe como é, as pessoas que estão com a gente lado a lado, são elas que devem receber de nós total atenção. Grata pela sua compreensão, no meu lugar, tenho certeza que você faria igual (:

A tal da #copadascopas já está prestes a se findar, e sem o Brasil estar na final, que lástima! A Alemanha sapecou Brasil e Portugal: colônia e metrópole continuam com vínculos inseparáveis até no futebol... Brasileiros com a baixa estima mais pontual da história. Copa das copas o escambau! Revolta geral! E o problema não é porque não soubemos perder, o problema maior é que não soubemos jogar ¬¬

E por aqui, muitos planos, muitos sonhos,
há uma enxurrada de sentimentos dentro de mim;
Um oceano de expectativas e dúvidas sem fim...
Mas, é isso aí: vou acumulado tudo que estou vivendo daqui.

Fazendo um balanço desse mês que passou
percebo que tudo valeu
e o que não aconteceu
julho promete o céu
E o céu é só uma promessa*
O que eu quero, não pode ser medido numa balança
Mas eu quero sem pressa e pra sempre*

Espero que na próxima balança, o balanço esteja mais solto,
a alma mais leve...
emagrecer é só um detalhe:
ser feliz é que é o milagre!!! ;)


terça-feira, 10 de junho de 2014

em gestação...


Agora só faltam nove meses para parir!
Não, não é um ser humano que vai nascer. Já comentei anteriormente sobre a minha total falta de interesse acerca da maternidade, e acho que continuarei pensando assim até que me provem que o mundo é um lugar bacana para se ter (e criar) filhos, enquanto isso, seguirei firme e forte na minha decisão/escolha em/de não ser mãe.
Mas, estou falando de um ser de outra espécie: é mais elaborado, mais questionado (e questionável), mais sistematizado, mais organizado (ou pelo menos deveria ser), enfim, se trata da minha dissertação de mestrado...
Faltam apenas 9 meses para terminar!
Todo mundo por aqui contando os dias para a Copa do Mundo de Futebol começar, para o dia dos Namorados chegar, Para o começo do São João... E eu, contando nos dedos os meses que faltam para finalmente dar à luz à minha pesquisa de mestrado para então receber o título de professora mestre - parece até um sonho que esse dia está prestes a chegar- , mas ele não tardará: é só o tempo de uma gestação e então ele acontecerá!
Ah! É bom lembrar: com ingresso e coração na mão como um refrão de bolero* não estou contando apenas o tempo para a defesa da dissertação. Estou ansiosa também com a brevidade do show do meu genial Humberto Gessinger, vou poder encontrá-lo nesta capital, que fica longe demais das demais capitais. Longe no sentido mais amplo desta palavra, não no quesito geográfico, propriamente dito. Mas, pensa comigo: Vitória, sendo uma capital da região Sudeste do Brasil, não parece meio relegada a segundo (ou nenhum) plano pela mídia e outras esferas da comunicação de massa? Eu tenho essa impressão morando aqui, não sei se você daí percebe o mesmo, mas de fato (e particularmente), observo que essa capital fica meio marginalizada, sobra espaço para Rio, São Paulo, BH, mas Vitória, com este nome tão sugestivo fica meio de fora... Irônico? Proposital? Casualidade? Ou apenas fruto da minha imaginação? Não sei, nunca se sabe de verdade o que nos quer (ou querem?) mostrar a realidade.


Divagações, devaneios, viagens mentais, me permiti abrir esse enorme parênteses porque se é para ser fiel ao que sinto, que assim seja, e se não for, paciência! Olhando o que escrevi até aqui, me parece que falei muito mais do que não era para dizer do que o que realmente havia pretendido inicialmente fazer. Confusão mental? Talvez, tenho um feto dentro de mim, que em nove meses vai passar a existir, não tem como não ficar meio pirada com essa situação. Você não acha não?
Bora, chegou a hora, à luz da aurora boreal... Bora chega de choro, chegou a hora, então que tal? Então tchau*

segunda-feira, 26 de maio de 2014

carta para a solidão!

 Vix, 03:59h 26/05/2012

Oi Solidão, tudo bem?!                                                                        
Quanto tempo não nos vemos, não é mesmo?

Não me lembrei de te escrever antes porque estive muito ocupada: quando não estava lendo, escrevendo ou estudando, estava conversando, desfrutando da presença das pessoas que me fazem companhia... desculpe ser sincera, mas não tive tempo para você nos últimos anos, sabe como é, estou namorado...

Lembra de quando passávamos horas e horas (às vezes dias) só eu e você? Ficávamos juntas o tempo todo e eu adorava sua companhia, você gostava da minha?

Depois que eu te deixei, muita coisa mudou... muita coisa também permanece igual, só você vindo aqui para saber, porque por aqui não dá para descrever!

Esses dias eu pensei em te ligar, estava precisando tanto conversar, eu ia te chamar para vir me visitar, mas não quis te importunar, tem tanto tempo que a gente não se fala que fiquei com vergonha de te incomodar... desculpa novamente minha sinceridade, às vezes parece que devido à minha obstinação em ser sincera, implica em ter que ser dura, grossa e insensível, mas você me conhece (melhor do que eu mesma) e sabe que minha intenção era só dizer que fiquei com receio de te ligar...

Mas, então tive a ideia de te escrever esta carta... Eu sei, não precisa me dizer que isso é coisa do passado, afinal, ninguém mais escreve cartas, estamos no tempo das redes sociais, do telefone móvel, do email, do sms do WhatsApp... não precisa me chamar de atrasada, embora eu esteja sendo... então me chame mesmo, não vou me importar se você me disser que sou ultrapassada, até meu irmão já disse que sou uma velha rabugenta...isso não é nada!

Bom, também não quero roubar teu tempo (eu já o roubei demais) apenas saiba que vez ou outra eu penso em você, e às vezes eu sinto saudade daquela época em que só você conseguia me entender...de vez em quado eu só queria te ver, te dizer como a vida está a acontecer. Mas eu sei que estamos separadas agora, nem faço a mínima ideia de quando estaremos juntas de novo, mesmo assim, não esqueça: você estará sempre em minha memória e não importa o que aconteça, vou me lembrar de você com a mesma sutileza! ;)

E quem sabe uma hora dessas a gente não acaba se encontrando de novo?!

Com muito carinho e atenção, da sua eterna criança!
ALS

domingo, 25 de maio de 2014

quase nada...


Só sei que nada sei, já disse o filósofo Sócrates no alto de seu esforço intelectual...
Bom, no meu caso, pra ser sincera, o que eu sei é pouco, bem pouco, mas muito pouco mesmo, quase nada...e nem preciso me esforçar tanto para chegar a esta questão conflitual!
E o que sei de mim é menos ainda: quando eu penso que já sabia de alguma coisa, vem as circunstâncias da vida e muda tudo de lugar, muda bem devagar ou então joga de uma só vez, tudo pro ar e me vira de cabeça para baixo, desmonta o meu quebra-cabeça, algumas peças fatalmente somem e não faz sentido tentar encaixá-las no mesmo lugar, afinal, sempre uma peça faltará...
Um dia eu tô bem assim...
No outro eu tô aqui, às vezes eu só quero dormir... mas agora eu vejo a madrugada passar e me contento apenas em aproveitar (será que estou aproveitando mesmo?) para me traduzir, embora eu saiba (ou será que eu também não sei?) que toda tradução é uma alteração... no fundo, não há muito o que dizer, nem precisa, né? Melhor que dizer é ser!!!
Mas a gente muda, bom, pelo menos eu mudo...(ou é só impressão minha?)
Um dia eu gosto do meu cabelo bem liso, no dia seguinte eu tenho vontade de por dread...
Tem dias que eu penso em emagrecer, agora, eu só quero saber de comer!
Tem dias que eu me sinto um bolor... mas, na maioria das vezes me sinto uma flor!
Está na cara que eu sou uma bocó!
Mas tudo bem, melhor ser assim do que não ser, ou pior: ser quem não sou!
Eu leio as notícias, assisto os jornais, vejo as propagandas, observo os comerciais... e sinto que não pertenço a este mundo...
Eu leio as revistas científicas, assisto os vídeos de comédia, leio livros policiais... mas pouca coisa me chama a atenção e por alguns segundos não me sinto pertencer ao grupo dos seres humanos, sou um biótipo estranho dessa espécie....  um ser em transe profundo*
Acho que é o bastante (na verdade, não é quase nada), então, vou ficando por aqui e descobrindo por ai o que é que realmente eu sei de mim... esperando as circunstâncias me moldar, ou moldando as circunstâncias ao meu redor, gosto de vivenciar a velha dialética do ser ou não ser... no fundo, quem bem sabia de alguma coisa desta vida era o tal do Sócrates... cara sábio, disse tudo, sem precisar dizer muito, ou melhor, sem precisar dizer quase nada! ^^

terça-feira, 13 de maio de 2014

Maternidade: dispenso!

Eu sei que Mãe é Mãe...

Mas eu prefiro não ser!

Me dá ânsia de vômito só de pensar em carregar por 9 meses um ser dentro de mim - que vai me engordar, me trazer estrias, dores nos pés, na coluna, nos seios... Eu, sinceramente, sinto dó das mães que vejo vomitando na rua, daquelas que têm pressão arterial elevada por causa do filho, elas têm de ficar toda hora indo no banheiro porque a bexiga está comprimida. Imagine só: você ter seu corpo invadido por um bisturi, ter que fazer cesárea, ou passar pelo sofrido parto normal. Meu Deus!!! Eu ficaria louca por causa dos hormônios, e pior: perder infindáveis noites de sono para amamentar. Meu Deus! É muito sofrimento para uma pessoa só, e ainda é só o começo... Nada garante que quando este ser recém-nascido não se torne no futuro um adolescente irresponsável, inconsequente e usuário de drogas!

Definitivamente, não me sinto pronta para renunciar minha vida por causa de outro ser, um ser que dependeria de mim para tudo em tempo integral. Me dá arrepios só de pensar que eu teria que me abdicar de minhas vontades e anseios, meu sono e meus hábitos por causa de outro ser humano. Eu teria que deixar de lado os meus amigos, teria que ficar em casa quando todos estivessem se divertindo. Teria que deixar de viver a minha vida e simplesmente para quê? Para criar um ser humano, para educá-lo e prepará-lo para o mundo-cão lá fora e além disso tudo, ainda suportar o choro nas madrugadas, suportar as pirraças, as mal-criações, as birras... aff, eu quero estar bem longe da maternidade e espero que ela só lembre de mim quando eu estiver com 40 anos, quem sabe então aí eu não vou sentir necessidade de passar por todos estes tormentos? Quem sabe aí já terei vivido o suficiente para aproveitar minha vida, juventude, tempo e beleza? Quem sabe então meu relógio biológico já terá encerrado suas atividades e eu adote uma criança?! Mas enquanto isso...

Não... não mesmo! 

Mãe é MÃE...."simples" assim...

E é por isso que eu quero estar aqui: do lado de fora da maternidade e viva à minha esterilidade!

domingo, 11 de maio de 2014

2014? Não... 2005 mesmo!

O passado resolveu voltar de novo:


Dessa vez ele bateu de leve na minha porta, mas ela já estava entreaberta, exatamente do mesmo jeito que ele havia deixado da última vez em que tinha aparecido. Nem precisou me pedir permissão para entrar, já conhecia o caminho, foi logo chegando, se sentando, me cumprimentando, me amansando e conversando sobre coisas que eu nem sabia que lembraria mais... Eu ofereci um chá, ele preferiu café, queria se manter bem alerta, garantir que ficaria acordado o máximo de tempo possível e assim não me deixar dormir. Ficou ali encostado no cantinho do sofá me fisgando com aquele olhar, com um sorriso de satisfação no canto da boca. Fiquei intrigada com aquele comportamento, embora não fosse a primeira vez que ele se portava assim...
Eu falei para ele que concordava com Mário de Andrade quando este disse que "O passado não reconhece o seu lugar, está sempre presente". Ao ouvir isso, ele simplesmente zombou de mim, cruzou os braços e disse que sempre seria assim, então que eu parasse de reclamar pois, mesmo que eu não quisesse, ele estaria comigo em qualquer lugar que eu fosse, independente de espaço e tempo. Fiquei incomodada com a resposta dele, por que simplesmente o passado não permanecia no passado? Não seria mais simples se fosse assim? Não entendo o porquê dele sempre me visitar, só para me lembrar e reforçar, que um dia andamos juntos, lado a lado, de mãos dadas. Ele não me deixa esquecer, por mais que eu tente me manter afastada, volta e meia ele vem me visitar e me abraça forte, não me deixa mesmo escapar...

Pedi para ele me deixar em paz. Ele me disse que já é a minha paz.
Eu disse para ele que eu estava muito bem aqui, e a presença dele não é era tão bem vinda assim.
Ele nem respondeu, fingiu que não me ouviu (ou será que ele não acreditou no que eu falei?)
Apenas passou a mão em meu rosto e me disse: "Não tardará a ter rugas, precisa cuidar mais dessa pele, está usando filtro solar? Precisa se hidratar, se cuidar, vá malhar! Para de comer essas porcarias, você tem as mesmas manias de 10 anos atrás".
Mas em nenhum momento eu pedi a opinião dele! Oche, quem disse que eu me importo com o que ele pensa? Eu só queria vê-lo bem longe daqui, que ele se afastasse de mim... Eu estava cansada, não queria mais perder tempo com ele, tinha tantas coisas para fazer. Mas ele não se importou com isso, disse que eu não precisaria me preocupar, porque para ele só bastava estar aqui do meu lado... Respirei fundo, o jeito seria me render e me conformar, simplesmente aceitar que ele queria ficar e nada, nem mesmo eu, poderia impedi-lo de me acompanhar... Procurei um abrigo para ele do lado de fora da minha casa. Vichi, ele não gostou nem um pouco dessa minha atitude, ficou me provocando, disse que até o cachorro dorme na minha cama, por que ele deveria ficar do lado de fora?
Então, no meio da noite eu ouvi ele entrando no meu quarto (esqueci de trancar a porta - de novo!) na ponta dos dedos, e então deitou do meu lado, queria dormir comigo e de repente, ele apareceu em meus sonhos (ou eram pesadelos? não me lembro mais) só sei que quando acordei a primeira coisa que pensei foi: "Passado, cadê você? Já me deixastes de novo? Volta logo... Estarei sempre aqui te esperando com uma xícara de chá na mão".