Está cada vez mais difícil encontrar tempo para escrever nesse espaço.
É impressionante como o cotidiano nos engole, nos absorve, nos consome, nos retorce e nos molda conforme seus próprios interesses.
Chega uma hora que a gente se dá conta de que está fazendo as coisas no modo automático: não há mais reflexão sobre o que acontece ao nosso redor... ontem o físico britânico Stephen Hawking (cuja história de vida é retratada naquele filme encantador, A teoria de tudo - e que eu ainda pretendo ler o livro) morreu deixando um legado de inteligência e superação brilhantes para a humanidade. Nesta madrugada, a vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL, foi brutalmente assassinada, com motivos políticos intrínsecos nessa conjuntura que nos faz perceber que a ditadura militar deixou muitos vestígios até hoje (e tem gente que ainda conclama pela intervenção militar! Oh céus!). Enquanto isso, professores em São Paulo são violentados por protestarem pelos seus direitos recebendo como cortesia do governo de direita aquelas velhas pauladas da PM, a mesma que se pudesse serviria cafezinho aos juízes federais que se mobilizam hoje a favor da manutenção dos seus privilégios como o auxílio moradia mesmo que eles já tenham residências nos locais mais nobres da elite brasileira.
Mas a gente segue mesmo com todo este caos, a gente vai vivendo com pesar, continua a rotina mesmo com ânsia de vômito ao se deparar com tantas atrocidades, a gente segue apresentando enxaquecas intermináveis e dores que não cessam porque de tanto se repetirem a gente se acostuma... não somos mais autônomos. Estamos autômatos.
Então, o meu primeiro texto de 2018 para o blog não é um "#TBT" da viagem para Natal com meu amor em janeiro.
Não é uma recapitulação do mês de fevereiro pra registrar que estou amando trabalhar com as turmas do primeiro período.
Não é uma ode aos 6 livros lidos até o momento (já parti para o sétimo e quero superar minha marca de 28 por ano).
Não é uma homenagem ao meu irmão que tomou posse hoje do seu cargo público, tornando-se, aos 28 anos, professor de Educação Física da Universidade Federal do Tocantins.
Enfim, meu primeiro texto de 2018 para este espaço é um choque para mim mesma.
É uma lástima.
É um lamento.
É só isso aqui mesmo: sem foto ilustrativa, sem grandes perspectivas.
Nada mais... nada além... nada do que deveria ser..
"Nada a ver, nada a perder...
Nada a fazer, nada não".
Nada a (T)emer!
quinta-feira, 15 de março de 2018
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Pois é... Também percebo o quanto a rotina e o passar dos dias tem sido esmagador. Sim, estamos no automático sendo massa de manobra, quer queira quer não. O que mais me entristece nisso tudo é que quem se atreve sair dessa massa, possa ter um "cala-boca" como o da Marielle. Diante dessa ameaça, resistimos.
ResponderExcluirAh, adorei a forma como você escreve. Não deixe de escrever, certo? Uma ótima maneira é criar eventos ou lembrete na agenda do celular.
Até mais.
https://euconhecoosegredo.blogspot.com.br/
Estou tão ausente desse espaço que somente agora vejo seu comentário e agradeço imensamente pelo registro. Amei a dica, vou tentar seguir, muito obrigada de coração. Vou retribuir explorando seu blog agora ;)
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