sexta-feira, 26 de novembro de 2010

futebol, natação e capoeira...


O que eles tem em comum? ou seria incomun? eu diria: eles tem muito a se comunicar!
Deve ser por causa da mesma orientação acadêmica dos professores que ministram as respectivas disciplinas...
Talvez seja as discussões sócio-histórica-cultural que permeiam tais modalidades...tão próximas e tão opostas, tão instigantes quanto desorientadoras e fascinantes.
Combinação perfeita para aula de campo na capital baiana:
No Barradão (estádio do Vitória) o coordenador (João Paulo), há 19 anos no clube, fala sobre a divisão de base e toda a fábrica de ilusões que paira sobre as mentes dos jovens atletas que sonham em se tornar jogadores de futebol, ignorando o fato de que apenas 5% deles conseguem reconhecimento como os famosos Kaká, Robinho, Romário, Ronaldo's...
No estádio de Pituaçu, um dos melhores gramados do país, um investimento pesado para a comodidade dos torcedores, jogadores, treinadores e...políticos.
No estádio de Itinga, o Esporte Clube Bahia treina, concede entrevista e nos permite uma visitação rápida, porém suficiente para perceber que não foi por acaso que o time voltou para a 1ª divisão do Campeonato Brasileiro, tamanha organização!
Na Academia de Capoeira de João Pequeno, no Forte de Santo Antônio, os movimentos se apresentam de forma lenta, bem próximos ao chão, os capoeiristas bem vestidos primam para manter a essência da capoeira angola, voltada para as tradições dos escravos africanos.
Cansaço, sono pesado, um pouco de mau humor, mas satisfação em absorver tanto conhecimento, sem sequer abrir um livro.
Na ACEB (Associação Cultural e Esportiva Braskem) o técnico da Seleção Brasileira de Natação (Rogério Arapiraca) com 32 anos de carreira, faz um trabalho de base de alto rendimento com seus atletas, em destaque: Allan do Carmo e Luiz Rogério. Além de ministrar o treino, o técnico abordou muitas questões relacionadas à natação na Bahia e no Brasil, suas dificuldades e superações. Desde os 900 abdominais que cada atleta realiza todos os dias até às consultas com psicólogos e nutricionistas, foi possível notar a importância da aferição da glicose e lactato sanguíneos.
No Salvamar, os instrutor Carlos Moaraes ministra uma oficina preparatória para resgatar vítimas de afogamentos. Apesar das brincadeiras da turma, este foi um momento intrigante. Eu penso: "como manter a calma num momento em que o desespero prevalece?" então analisando as posturas dos salva-vidas eu chego a uma conclusão eminente: eles são seres humanos altamente preparados para socorrer, mas nem sempre recebem a valorização que merecem!
No Centro de Esportes da UFBA, o professor Fernando Reis nos mostra os trabalhos dos seus alunos da disciplina Metodologia do Futebol e nos dá um choque de revitalização, de desconstrução, de provocação, de desafio... Não é á toa que ele foi ( e continua sendo) o mestre dos meus mestres! concordo plenamente com ele ao dizer que o professor tem que ter formação intelectual.
No Pelourinho, visitamos a fundação Mestre Bimba. Agora a capoeira se apresenta com movimentos mais rápidos e altos, bem semelhates às artes marciais. Além disso, há maior interação entre os praticantes, vindos de vários lugares para admirar e vivenciar a capoeira que teve mestre Bimba como precursor...e lá filho e neto do Mestre Bimba se faziam presentes, enriquecendo as informações, compensando todo cansaço, toda fome, todo sono...
O interessante é que, fazendo um balanceamento de todo conhecimeto adquirido com as aulas de campo em Salvador, ressalto que todos os agentes construidores do saber, seja este relacionado ao futebol, à natação ou à capoeira, posso garantir que o ponto chave que eles destacaram e que ficou muito nítido para mim foi: "É preciso amar o que se faz". Diante deste parâmetro, futebol, natação, capoeira... todos eles estão em constante comunicAÇÃO!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O passado voltou rasgando...*

Sempre que retorno à Itabuna, sou bombardeada por lembranças de um passado que insiste em me consumir:
A BR 101, a chuva forte e passageira;
A Escola Curumim, o Centro de Cultura;
A Avenida Amélia Amado, o Jardim do Ó;
A Biblioteca Jorge Amado, o Cursinho Galileu;
(está tudo tão bem guardado...)
A Danúbio Azul, as conversas no final da tarde;
o rio Cachoeira, o juizado de menores na rodoviária;
o Shooping Jequitibá, o cinema Starplex;
a Avenida Cinquentenário; as luzes apagadas no prédio em frente ao meu;
a imaturidade de outrora transformada em constante arrependimento
(é como se tudo isso estivesse registrado num diário)
Cada vez que volto à Itabuna é sempre a mesma coisa: o passado paira no ar e novas recordações vão sendo construídas, unindo-se às lembranças anteriores e juntas me fazem sentir um embrulho no estômago, uma aceleração da frequência cardíaca, as mãos gelarem e um medo repentino...talvez um medo de não conseguir deixar esse passado guardado nas esquinas do meu pensamento.
De uma forma ou de outra, esse passado sempre volta rasgando, destruíndo tudo o que vê pela frente, me fazendo retornar ao tempo que ficou para trás, mas que convive diariamente, lado a lado, semrpe presente...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ah querida infância...


A melhor parte de ser criança, além de não ter nenhuma preocupação, (exceto com as brincadeiras), é receber carinho, atenção, amor...e se isso vier dos pais, perfeito!
É por isso que sinto muita saudade da minha infânica,
de brincar e brigar com meu irmão...
de sair com papai e mamãe pegada pela mão...
de passar as férias na roça da minha avó...
de brincar na rua com os vizinhos...
de dormir ouvindo minha mãe contar histórias...
de tomar café da manhã preparado pelo meu pai...
ai...são tantas coisas que me fazem sentir saudade da minha querida infância, tantas coisas boas eu vivi e quando olho para as fotografias a vontade que tenho é de chorar, de saudade, de saber que foi bom, que foi a maior dádiva que Deus me deu!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E agora que eu não tenho religião?

Eu estava trabalhando os fundamentos do nado crawl para as novas alunas...elas tinham idade entre 9 e 12 anos...braçada pra lá, pernada pra cá, respeiração aqui, flutuação acolá...de repente uma delas me pergunta:
"Pró, a senhora é católica, né?"
Desse jeito, em questão de segundos, um filme passou em minha cabeça, resgatando lembranças do meu batismo aos 3 anos de idade, depois a 1ª eucaristia com 12 anos, em sequência o crisma, aos 14 e, por fim, minha 'rebeldia' no ápice da imaturidade, aos 17 anos de idade, quando senti vontade de conhecer o espiritismo e decididamente, resolvi não me considerar mais católica. Desde então vou à missa mais para agradar meus pais que para "conversar com Deus", até porque eu faço isso o tempo inteiro, seja antes de dormir, ao fazer o desjejum, ao contemplar o relevo das montanhas, ou ao reclamar do calor forte do sol...
Quando retomei à realidade, a única coisa que eu consegui responder foi me utilizando de outra pergunta: "Por que eu deveria ser católica?" ao passo que minha aluna, com ar de ingenuidade e bochechas rosadas me afirmou: "É que eu já te vi na missa uma vez".
Meu Deus! eu nem lembro quando foi a última vez que fui na igreja...fiquei perdida, sem saber o que dizer. De repente, não apenas aqueles olhos castanhos e arredondados estavam em minha direção, mas todos os outros olhos das minhas alunas penetraram meus envergonados olhos, que sem outra alternativa em vista, respondeu um impronunciável "sim".
Naquele momento lembrei de uma canção do Gessinger que diz: "Os olhos dizem sim, o olhar diz não".
Voltei para casa pensando nisso, pensando em todas as minhas posturas pedagógicas, em todas aquelas lembranças que apareceram tão repentinamente e em tão pouco tempo, pensei naqueles olhos em minha direção à espera de uma resposta convicta...lembrei da minha mãe me dizendo que não há necessidade de ir para igreja só para agradá-la, lembrei dos livros de Leonardo Boff, lembrei do sorriso do pessoal que eu encontrava na igreja, e logo em seguida, das expressões fechadas destas mesmas pessoas quando eu as encontrava na rua. Fiquei pensando também em todas as conversas que tive com meu pai sobre isso, eu adoro quando ele me diz de forma contundente: "o que importa são nossas atitudes diárias, não a quantidade de vezes que vamos à igreja".
Agora que trabalho com ciranças e adolescentes, que pretendo ser reconhecida pela qualidade do meu trabalho, que almejo fazer história, e agora que eu não tenho religião, o que devo fazer?

domingo, 7 de novembro de 2010

solteira há um ano!


365 dias sem dar satisfação!
sem ter medo de conhecer outras pessoas;
sem receio de sair com minha cunhada e meu irmão;
Sem ter de dar explicação;
sem pedir permissão;
sem ter atenção;
sem dar atenção;
sem fazer ligação;
sem receber ligação.
12 meses se passaram
minhas vontades mudaram;
meus desejos se transformaram;
meus risos transbordaram;
e as lágrimas secaram;
as preocupações sessaram
e alguns sonhos se concretizaram.
Há um ano eu não preciso ter a responsabilidade de dizer pra onde vou, com quem vou, e em que horas voltarei.
Há um ano eu tenho responsabilidades bem mais interessantes que ter de me expliciar o tempo todo para o namorado.
Sim, às vezes eu fico carente, mas me refugio nos livros, nos artigos, nas fotografias, nos textos, nas músicas, na atenção dos meus alunos, na sabedoria dos meus professores, no aconchego dos meus pais...
Há um ano eu tenho descoberto que é possível ser feliz...sendo solteira!
\o/

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

eu amo a diversidade!

Apesar de todas as adversidades:

Eu amo a diversidade cultural;
sou fascinada pela diversidade racial;
considero incrível a diversidade sexual;
fico impressionada com a diversidade funcional ...
No fim das contas,
eu amo a biodiversidade em geral!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

se eu pudesse voltar no tempo...


Se eu pudesse voltar no tempo eu queria ter novamente a oportunidade de olhar nos olhos, de olhar pro sol, de olhar o que estava ao meu redor...

Se eu pudesse voltar no tempo queria poder escutar mais, ouvir a canção com mais calma, compreender melhor os conselhos...

Se eu pudesse voltar no tempo eu queria estar apreciando o por do sol, ao som do bolero de Ravel, à margem do rio Paraíba, na praia do Jacaré em João Pessoa!


Essa é a imagem perfeita para recordar o passado e sentir falta das coisas que eu deixei de fazer...

^^